
Em meio a denúncias de alta nos preços, governo realiza vistorias e anuncia novos leitos e preços subsidiados para delegações de países com menor poder aquisitivo
Com a aproximação da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em 2025, o Ministério do Turismo intensificou vistorias em obras de infraestrutura e na rede hoteleira de Belém (PA), palco do evento. A medida visa responder às críticas sobre o aumento nos preços das acomodações na capital paraense durante o período da conferência.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, afirmou em entrevista à Agência Brasil que o argumento de que os valores cobrados na cidade seriam impraticáveis está sendo “mitigado e absolutamente superado”. Segundo ele, a oferta de hospedagens está sendo ampliada com milhares de novos leitos, que começam a ser disponibilizados a partir de agosto.
“Estamos com milhares de leitos que vão ficar prontos agora. Alguns ainda nem começaram a ser oferecidos ao público. O governo brasileiro está atuando fortemente para que não haja nenhum argumento — inclusive esse de que não há leitos e de que os preços estão exorbitantes”, afirmou o ministro, destacando que visitou hotéis com diárias de R$ 2 mil a R$ 3 mil.
O ministro também anunciou que haverá preços subsidiados para delegações de países com menor poder aquisitivo, garantindo inclusão e participação ampla no evento. Além dos hotéis tradicionais, estão sendo preparadas outras estruturas, como o Parque da Cidade e o porto na Ilha de Outeiro, onde navios de cruzeiro irão funcionar como hospedagem flutuante.
O governo federal investe mais de R$ 4 bilhões em obras de infraestrutura na cidade como parte do legado da COP30. “Vai deixar um grande legado para o povo do Pará, especialmente para a região metropolitana de Belém”, afirmou Sabino.
Sobre sugestões de transferir parte das sessões da conferência para outras localidades, mantendo apenas a cúpula de líderes em Belém, Sabino foi enfático: “Estamos trabalhando para que não haja argumento algum para que a COP seja dividida ou não aconteça na cidade de Belém. Posso garantir a você que temos hospedagens e temos preços justos”.
Em tom firme, o ministro criticou os céticos da realização do evento na região amazônica: “Durante a COP em Sharm el-Sheikh, houve delegações que não quiseram ir para o Egito. Durante a COP em Dubai, houve delegações que não quiseram ir para Dubai. Aqueles que apostam contra a COP da floresta, a COP de Belém, vão perder”.