Justiça torna rapper Oruam réu por tentativa de homicídio

(crédito: Reprodução/Instagram@oruam )

Cantor está preso preventivamente e responderá por uma série de crimes relacionados a confronto com policiais no Rio de Janeiro

A Justiça do Rio de Janeiro aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado (MPRJ) e tornou réu por tentativa de homicídio qualificada o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam. A decisão foi proferida pela juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal, e inclui também o amigo do artista, Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira.

O episódio que motivou a denúncia ocorreu em 21 de julho, durante uma operação policial na casa do cantor, localizada no bairro do Joá, na Zona Oeste do Rio. Os agentes foram cumprir um mandado de busca e apreensão de um adolescente que estaria escondido no imóvel. De acordo com a acusação, o grupo reagiu arremessando pedras de até 4,85 quilos de uma altura de 4,5 metros, o que, segundo o Ministério Público, configura tentativa de homicídio.

Oruam está preso preventivamente desde 22 de julho, quando se entregou à Polícia Civil. A decisão foi anunciada pelo próprio artista nas redes sociais, onde possui milhões de seguidores.

Além da tentativa de homicídio, o rapper foi denunciado por uma série de outros crimes: tráfico e associação ao tráfico de drogas, lesão corporal, tentativa de lesão corporal, resistência, desacato, ameaça e dano ao patrimônio público. As infrações foram apresentadas em duas ações penais distintas, ajuizadas por diferentes promotorias do MPRJ.

A 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da Zona Sul e Barra da Tijuca apresentou a denúncia por tentativa de homicídio na última segunda-feira (28), enquanto a Promotoria junto à 27ª Vara Criminal ofereceu, na terça-feira (29), uma nova acusação sobre os demais crimes. Nessa segunda ação penal, além de Oruam e Willyam, foram denunciados Pablo Ricardo de Paula Silva de Morais e Victor Hugo Vieira dos Santos.

Decisão destaca “papel influente” do rapper

Ao aceitar a denúncia por tentativa de homicídio, a juíza Tula Correa de Mello justificou a gravidade do caso destacando o impacto das ações do cantor na sociedade.

“As ações dos acusados, em especial Oruam, repercutem de modo negativo na sociedade, incitando a população à inversão de valores estabelecida contra as operações feitas por agentes de segurança pública (…), causando profundo abalo social”, escreveu a magistrada.

A juíza também apontou que a visibilidade de Oruam como artista o torna uma referência para outros jovens, e que sua postura diante das autoridades pode ser interpretada como um modelo de conduta aceitável.

“A paz pública depende de medidas firmes e extremas, como a prisão, a fim de que seja preservada”, afirmou em sua decisão.

Situação atual

Com a prisão preventiva já decretada, Oruam foi transferido para o presídio Bangu 3, onde permanece à disposição da Justiça, aguardando o andamento dos processos. Ainda não há data definida para o julgamento.

O caso repercutiu amplamente nas redes sociais, dividindo opiniões entre fãs e críticos do artista, que ganhou notoriedade no cenário do rap e do trap nacional nos últimos anos.