Trechos 3 e 4 da nova Epig ampliam mobilidade no Sudoeste com viadutos e passagens subterrâneas

Foto: Joel Rodrigues/ Agência Brasília

 

Terceira etapa já foi entregue para a população, com a entrada do Parque da Cidade e o acesso ao Sudoeste, por meio do Viaduto Luiz Carlos Botelho Ferreira, finalizados; quarto trecho recebe túneis para pedestres e ciclistas, além de retornos subterrâneos, semelhantes aos do Riacho Fundo

 

 

Com investimento de R$ 160 milhões do Governo do Distrito Federal (GDF), a obra de reconstrução da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) avança em seis frentes para transformar a via em um moderno corredor viário, com pistas exclusivas para ônibus e veículos de passeio. O trecho 3, já concluído e entregue à população, corresponde à entrada do Parque da Cidade e ao acesso ao Sudoeste, por meio do Viaduto Luiz Carlos Botelho Ferreira. Já o trecho 4, em andamento, marca o início das intervenções com passagens subterrâneas para pedestres e ciclistas, além de dois grandes viadutos que vão organizar o tráfego em direção a Brasília e Taguatinga.

Segundo o administrador regional do Sudoeste, Reginaldo Sardinha, o viaduto do Complexo Viário da Epig era aguardado há mais de 20 anos até finalmente sair do papel na gestão do governador Ibaneis Rocha. “Virou uma realidade que trouxe uma comodidade imensa aos moradores do Cruzeiro, do Sudoeste e das quadras mais novas, como a 300 e a 500, principalmente no deslocamento de entrada e saída do Sudoeste”, afirmou.

Ele destaca que a interligação entre o Parque da Cidade e a rotatória, onde passa o maior fluxo de veículos da região, garantiu mais agilidade à população, em especial para pais e mães que levam os filhos às escolas ao centro de Brasília. “Antes, nos horários de pico, os engarrafamentos eram enormes. Hoje, os moradores estão mais satisfeitos. Só recebemos elogios”, comentou.

Morador local há 25 anos, José Antônio de Souza, 67, lembra bem de como era a região antes da construção do viaduto do Complexo Viário da Epig. Segundo ele, facilitou o acesso à Asa Sul. “Essa obra veio justamente para isso. E eu acredito que, com a conclusão das obras da Epig, a situação vai melhorar ainda mais, porque hoje ainda temos algumas retenções na primeira avenida do Sudoeste, principalmente nos horários de pico”, explicou.

Ítalo Araújo, 39, outro morador da região, destaca que o impacto no dia a dia dos moradores foi direto. “Antes, o morador precisava acordar mais cedo para conseguir chegar no horário. Agora, tá mais tranquilo, dá até para dormir um pouquinho mais.” Ele explica que a entrega do viaduto também trouxe novas rotas de acesso. “Antes, eu usava um caminho diferente. Agora, temos duas opções para acessar o Sudoeste: pela saída 910 Sul ou pelo Setor Policial Sul. Ambas facilitam muito a chegada, principalmente para quem precisa sair rápido.”

Intervenções 

Atualmente, as equipes trabalham na finalização da concretagem da via no sentido Eixo Monumental. “O trecho 4 terá quatro novas intervenções, sendo dois viadutos para veículos e duas passagens subterrâneas para pedestres. Lá, o pavimento rígido no sentido Eixo Monumental já está quase todo concluído. Esse será o próximo trecho a ser liberado, permitindo a transferência do fluxo de veículos para o novo pavimento e possibilitando o início das obras na pista oposta”, explica o secretário de Obras e Infraestrutura, Valter Casimiro.

Ainda a serem construídos, os dois grandes retornos em nível serão semelhantes aos que existem na região do Riacho Fundo. “Os veículos seguirão pela pista principal e, para fazer o retorno, passarão por baixo da via, com opções de seguir no sentido Brasília ou em direção a Taguatinga”, afirma o secretário.

Também é no quarto trecho que começam as intervenções com passagens inferiores. Nessa região, estão sendo construídas duas passagens subterrâneas para pedestres e ciclistas, que garantem a ligação contínua entre o Parque da Cidade e o Sudoeste. Esses acessos foram amplamente discutidos com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Seduh), para assegurar segurança e acessibilidade.

As novas estruturas serão diferentes das passagens do Plano Piloto, com uma maior preocupação com a iluminação natural, com acessibilidade por rampas, escadas, e projetadas para oferecer maior visibilidade, para enxergar de um lado ao outro. Além disso, a proposta é que sejam “humanizadas”, com a presença de pequenos comércios, para aumentar a sensação de segurança.

O fiscal da obra, Bruno Almeida, explicou que, por estarem em uma área tombada, a legislação exige que se respeite a chamada “escala bucólica” de Brasília, um conceito urbanístico que limita a altura das estruturas. Assim, construções elevadas, como passarelas aéreas, não são permitidas. “Além disso, uma passagem elevada prejudicaria a vista dos prédios do Sudoeste para o Parque da Cidade. Por isso, optou-se pelas passagens inferiores, que respeitam o tombamento, garantem acessibilidade e são projetadas para oferecer mais conforto e segurança à população”, explica.

Atualmente, a obra conta com cerca de 290 a 350 profissionais atuando diretamente no canteiro, de forma flutuante. Além disso, estima-se que entre 100 e 150 pessoas estejam envolvidas de maneira indireta. No total, aproximadamente 500 trabalhadores participam da execução do empreendimento.

 

 

Com informações da Agência Brasília