InfoGripe aponta queda nos casos de SRAG, mas números ainda são elevados

© Tony Winston/Agência Brasília

O boletim semanal InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (17) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostra que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registram queda ou estabilidade na maior parte do Brasil, embora o número de casos continue alto.

Segundo o levantamento, as crianças pequenas são as mais impactadas pela SRAG, com o vírus sincicial respiratório (VSR) sendo o principal causador das internações graves nessa faixa etária. Já entre os idosos, a principal causa de hospitalizações e óbitos é a influenza A.

Desde o início do ano, o país contabiliza 7.660 mortes por SRAG. Destas, mais da metade (54,7%) foram causadas por influenza A, seguida por Covid-19 (23,3%), VSR (10,7%), rinovírus (10,2%) e influenza B (1,7%).

Vírus e faixa etária

A pesquisadora Tatiana Portella, do InfoGripe, explica que, apesar da redução dos casos associados à influenza A e ao VSR na maioria das regiões, a incidência de SRAG permanece elevada no Brasil. “Por isso a vacina contra a gripe é fundamental para que a gente consiga reduzir ainda mais o número de casos graves provocados pelo vírus”, reforça.

Os dados indicam que o VSR continua sendo o vírus dominante em casos graves entre crianças pequenas, seguido pelo rinovírus e influenza A. Em crianças e adolescentes entre 5 e 14 anos, o rinovírus supera a influenza A em número de internações, mas o VSR permanece o maior causador de casos graves.

Entre os idosos, a influenza A lidera hospitalizações e mortes por SRAG. No entanto, há sinais de retomada do crescimento de casos nessa faixa etária em Minas Gerais e no Pará, embora o vírus responsável ainda não tenha sido identificado nesses estados.

Cenário por estados

Todas as 27 unidades da federação apresentam tendência de queda ou estabilidade nos casos de SRAG nas últimas seis semanas. Contudo, a maioria ainda registra níveis de alerta, risco ou alto risco para a doença.

Destacam-se estados das regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima), Nordeste (Alagoas, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Sergipe) e Centro-Sul (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

O estado de Roraima é o único com aumento de SRAG entre crianças pequenas, associado ao VSR. Na Paraíba, há aumento de casos entre idosos, relacionado à influenza A. Em Alagoas, observa-se crescimento de SRAG em crianças, também vinculado ao VSR. Minas Gerais e Pará indicam início de aumento entre idosos, sem confirmação do vírus causador.

Covid-19 e vacinação

Foi detectado um leve aumento de SRAG por Covid-19 entre idosos no Rio de Janeiro, mas sem impacto significativo nas hospitalizações totais. Tatiana Portella alerta para a importância da vacinação, especialmente para grupos de risco, como idosos e imunocomprometidos, que devem manter as doses de reforço a cada seis meses para evitar aumento nos casos graves.

Mortes por SRAG em 2025

Até o momento, foram registradas 7.660 mortes por SRAG no país. Destas, 4.112 (53,7%) foram confirmadas para algum vírus respiratório; 2.828 (36,9%) testaram negativo; e 154 (2%) aguardam resultado laboratorial.