Maior mutirão do SUS realiza mais de 1,1 mil cirurgias em um único dia

Com novos anestesistas, Secretaria de Saúde deve realizar mais de 25 mil cirurgias eletivas | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde-DF

Ação nacional mobilizou 45 hospitais universitários federais para reduzir filas de espera por cirurgias, exames e consultas especializadas

Em uma iniciativa histórica, o Sistema Único de Saúde (SUS) promoveu neste sábado (5) o maior mutirão simultâneo de atendimentos especializados do país. Batizado de “Agora tem Especialistas – Dia E”, o esforço mobilizou 45 hospitais universitários federais, administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), em 24 estados brasileiros, com a realização de mais de 1,1 mil cirurgias e 10,3 mil procedimentos, entre consultas, exames e diagnósticos.

A ação é fruto de uma parceria entre os Ministérios da Saúde e da Educação, com o objetivo de ampliar o acesso a serviços especializados e reduzir o tempo de espera da população por cirurgias eletivas e exames. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, visitou o centro cirúrgico do Hospital Gaffrée e Guinle (UNIRIO), no Rio de Janeiro, onde destacou a amplitude da iniciativa.

“É o maior mutirão do SUS já feito no Brasil e o mais diverso. Já tivemos mutirões focados em um tipo de cirurgia, mas hoje realizamos mil tipos diferentes de procedimentos em todo o país, e isso é só o começo”, afirmou Padilha.

Prioridade para o câncer e saúde da mulher

Segundo o ministro, uma das prioridades da mobilização foi o atendimento a pacientes oncológicos, dado o impacto do tempo de espera no prognóstico da doença. “No câncer, tempo é vida. Diagnosticar e operar rápido pode significar a vida ou a morte do paciente”, ressaltou.

Outras áreas com maior demanda e impacto na qualidade de vida da população também foram priorizadas, como saúde da mulher (ginecologia), ortopedia, oftalmologia, otorrinolaringologia e audição.

Padilha ainda relatou o caso emblemático de um paciente do Rio de Janeiro que aguardava há dez anos por uma cirurgia eletiva. “Essa ação tem como missão identificar e atender pessoas que ficaram esquecidas na fila porque sua condição não era considerada urgente”, completou.

Atenção contínua e formação profissional

O presidente da Ebserh, Arthur Chioro, reforçou que o mutirão não é uma ação pontual, mas parte de uma política contínua que começou em março. Desde então, já foram realizadas 89 mil cirurgias em todo o país. A expectativa é realizar mais duas edições do Dia E ainda em 2025, nos meses de setembro e dezembro.

Chioro também informou que os hospitais universitários estão sendo orientados a estender os atendimentos para um terceiro turno, incluindo sábados e domingos, como forma de dar vazão à demanda reprimida.

“Estamos formando melhor os novos profissionais de saúde, ao mesmo tempo em que atendemos mais brasileiros. Isso é o diferencial do hospital universitário: ensino, pesquisa e compromisso com o SUS”, disse.

Parceria institucional e reforço à saúde da mulher

A secretária de Saúde do Rio de Janeiro, Claudia Mello, celebrou a ação como um avanço na democratização do acesso à saúde. “É importante para nós do Rio e para o Brasil. Quando olhamos para dentro das unidades e organizamos as filas, abrimos espaço para novos pacientes”, afirmou.

O ministro Padilha também visitou outros dois hospitais neste sábado: o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ), na Ilha do Fundão, e a Maternidade Paulino Werneck, na Ilha do Governador, ambos na zona norte da capital fluminense. Acompanhado da primeira-dama Janja Lula da Silva, da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e do presidente da Ebserh, Arthur Chioro, o ministro anunciou medidas voltadas à melhoria da atenção à saúde da mulher.