
Presidente afirma que proposta do governo quer taxar mais os que ganham mais e compensar despesas sem afetar áreas essenciais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta quinta-feira (19), a proposta do governo federal de alterar as regras do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), incluindo o aumento das alíquotas atualmente cobradas. Em entrevista ao podcast Mano a Mano, apresentado por Mano Brown e Semayat Oliveira, Lula afirmou que a medida busca compensar o Orçamento e promover justiça tributária.
“O IOF do Haddad [ministro da Fazenda], não tem nada demais. O Haddad quer que as bets paguem [mais] imposto de renda; que as fintechs paguem; que os bancos paguem. Só um pouquinho, para a gente poder fazer a compensação, porque toda vez que a gente vai ultrapassar o arcabouço fiscal, temos que cortar no Orçamento”, declarou Lula.
A proposta de alteração no IOF ocorre em meio à resistência do Congresso Nacional, que aprovou, na última segunda-feira (16), regime de urgência para a tramitação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL 314/25). A medida abre caminho para que o Plenário da Câmara dos Deputados vote diretamente sobre a suspensão dos efeitos do recente decreto governamental que trata da nova política do IOF, sem passar pelas comissões.
Durante o podcast, o presidente reforçou a intenção do governo em buscar um sistema mais equilibrado de arrecadação:
“A gente quer fazer justiça tributária. Queremos que as pessoas que ganham mais, paguem mais [impostos]. Que quem ganha menos, pague menos. E que as pessoas vulneráveis não paguem impostos”, pontuou.
A medida faz parte de um conjunto de ações anunciadas pelo governo para equilibrar as contas públicas. Após o anúncio do contingenciamento de R$ 31,3 bilhões do Orçamento da União, no dia 22 de maio, o governo propôs elevar as alíquotas de várias operações financeiras, incluindo o IOF. Contudo, recuou no mesmo dia diante de críticas de empresários e parlamentares, inclusive da base aliada.
Na nova proposta apresentada em 11 de junho, o governo voltou a sugerir alterações no imposto por meio de decreto presidencial e Medida Provisória, como alternativa para garantir receita extra sem cortes em áreas sociais.
Ao justificar a proposta, Lula reforçou a necessidade de não abrir mão de fontes de arrecadação em um cenário de restrições fiscais:
“Essa compensação é importante para que a gente continue investindo no país, sem precisar tirar recursos de áreas fundamentais, como saúde e educação”, concluiu o presidente.