Trump diz que perdeu paciência com Irã e sugere rendição; Teerã reage com ameaça

 

Presidente dos EUA pressiona por negociações e nega envolvimento em ataques de Israel; Irã rejeita imposições e promete retaliação


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (18) que sua paciência com o Irã “já acabou”, em meio à escalada de tensões no Oriente Médio após recentes ataques israelenses. Apesar do tom agressivo, o republicano desconversou sobre uma possível participação americana nas ofensivas contra o país persa.

Durante entrevista, Trump disse que o Irã “quer negociar” e questionou a demora de Teerã em retomar as conversas nucleares. “Eu disse: ‘Por que vocês não negociaram comigo duas semanas atrás? Vocês teriam se dado bem, vocês ainda teriam um país’”, afirmou. Ainda assim, o presidente americano deixou em aberto a possibilidade de diálogo, ao declarar que “nada é tarde demais”.

As falas ocorrem após o cancelamento de um encontro entre representantes dos dois países previsto para o último domingo (15), em Omã. O diálogo seria retomado no contexto das negociações sobre o programa nuclear iraniano, suspensas desde a intensificação dos ataques de Israel.

Trump endureceu o discurso ao dizer que a única saída para o Irã seria uma “rendição incondicional”. “Minha paciência já acabou”, enfatizou. No entanto, negou que tropas americanas tenham participado dos bombardeios realizados por Israel.

A resposta do Irã veio horas depois, por meio do líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei. Ele afirmou que Teerã “não se renderá a ninguém diante de uma imposição” e alertou que qualquer intervenção militar por parte dos Estados Unidos resultaria em “danos irreparáveis”.

O clima entre as nações segue tenso, com Washington e Tel Aviv acusando o Irã de tentar desenvolver armas nucleares, algo que Teerã nega oficialmente. Especialistas alertam para o risco de um conflito regional mais amplo, caso a retórica bélica se converta em ação militar direta.