
Líderes globais cobram contenção no pior conflito já registrado entre os dois países; Trump abandona cúpula e escalada militar continua.
Na cúpula do G7 realizada no Canadá nesta segunda-feira (16), líderes das principais democracias industrializadas fizeram um apelo conjunto por uma redução das tensões entre Israel e Irã. A declaração ocorre em meio ao que já é considerado o pior confronto direto entre os dois países.
O grupo — formado por Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos, com participação da União Europeia — reiterou que o Irã não deve possuir armamento nuclear e reconheceu o direito de Israel à autodefesa. Ao mesmo tempo, acusou Teerã de ser “a principal fonte de instabilidade e terror regional” e defendeu um cessar-fogo em Gaza como parte de uma desescalada regional.
O encontro foi marcado por uma saída abrupta do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que deixou a cúpula um dia antes do encerramento. A Casa Branca afirmou que o motivo seria a grave situação no Oriente Médio, mas Trump negou que sua saída estivesse relacionada a negociações por trégua, rebatendo publicamente o presidente francês Emmanuel Macron. “É algo muito maior que isso”, afirmou o republicano em sua rede Truth Social.
Ainda na segunda-feira, Trump pediu a evacuação imediata de Teerã e criticou a recusa iraniana em assinar um acordo para limitar seu programa nuclear. Já o governo iraniano acionou intermediários como Omã e Catar para pressionar Israel por um cessar-fogo em troca de avanços diplomáticos. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou que a disposição para negociar dependerá do fim dos ataques israelenses.
Enquanto diplomatas tentam interceder, a escalada militar avança. Nesta terça-feira (17), explosões atingiram a capital iraniana, Teerã, e a cidade de Natanz, onde estão localizadas instalações nucleares. Israel afirmou ter destruído a sede da emissora estatal iraniana, em um ataque que matou ao menos três pessoas. Em resposta, mísseis atingiram cidades israelenses como Tel Aviv, Jerusalém e Herzliya.
O conflito já contabiliza ao menos 224 mortos no Irã e 24 em Israel, a maioria civis.