Dólar em queda, IOF em alta

 

Nova alíquota de 3,5% para câmbio encarece viagens, mesmo com cotação da moeda americana em queda; especialistas recomendam compras fracionadas.

 


A partir de 23 de maio, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para compra de moeda estrangeira foi unificado e fixado em 3,5%, independentemente da modalidade: dinheiro em espécie, cartão de crédito, cartão pré-pago ou cheques-viagem. Antes, a alíquota era de 1,1% para compra em espécie e 3,38% para demais transações.

A mudança impacta diretamente o bolso de quem planeja viagens internacionais. Em simulação feita pelo planejador financeiro Jeff Patzlaff, com o dólar cotado a R$ 5,63, o custo de comprar US$ 1 mil em espécie subiu de R$ 5.696,82 para R$ 5.832,06 — um aumento de R$ 135,24 apenas com a nova alíquota.

Mesmo com o IOF mais alto, o dólar comercial fechou nesta segunda-feira (16) no menor valor do ano, a R$ 5,48. Em dezembro, a moeda chegou a ser cotada acima de R$ 6.

Diante desse cenário, especialistas orientam que a compra da moeda seja feita de forma escalonada. “Vale a pena comprar agora se houver despesas no curto prazo, pois a cotação está abaixo da média do ano”, afirma Patzlaff. Para médio e longo prazo, o analista Sidney Lima recomenda cautela e avaliação das taxas envolvidas.

Além do imposto, operadoras de câmbio ainda cobram taxas próprias. Fintechs e alguns cartões internacionais podem oferecer condições mais vantajosas, inclusive isenções de tarifas, o que exige atenção do consumidor.

Formas de pagamento no exterior:

  • Dinheiro em espécie: ideal para situações específicas; sujeito à cotação do dia e IOF de 3,5%.

  • Conta internacional (como Nomad, C6, Wise): permite comprar moeda aos poucos e congelar a cotação.

  • Cartão de crédito internacional: conveniente, mas expõe o viajante à oscilação cambial entre a compra e o fechamento da fatura.

Por fim, os especialistas reforçam a importância da comparação de taxas e da pesquisa sobre o destino. “Câmbio é mais que trocar dinheiro — exige planejamento, informação e estratégia”, resume Taísa Bilecki, do Braza Bank.