
Governo Lula enfrenta impopularidade recorde enquanto libera bilhões em emendas fora do radar da Transparência.
O governo Lula (PT) vive um paradoxo político: enfrenta rejeição crescente da população, com 57% dos brasileiros avaliando negativamente sua gestão, segundo a mais recente pesquisa Quaest, mas continua a operar com força total nos bastidores de Brasília — liberando recursos volumosos por meio de emendas parlamentares.
Em maio, mais de R$167 milhões foram pagos em emendas, segundo apuração direta nos dados do Tesouro Nacional. Uma única transferência, de R$15,4 milhões, foi destinada à Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) da Bahia, reduto do ex-governador Rui Costa, atual ministro da Casa Civil. Outras duas expressivas emendas foram para o estado de Roraima: R$5,8 milhões para Rorainópolis e R$5,6 milhões para Boa Vista.
No acumulado de 2025, já são R$2,54 bilhões em repasses liberados pelo Executivo. Deste total, R$1,61 bilhão corresponde a emendas individuais de parlamentares e R$929 milhões a emendas de bancada. Porém, o Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União não reflete esses dados — até o momento, mostra irrisórios R$40 mil pagos em emendas, o que levanta sérias dúvidas sobre a atualização e a real transparência da gestão pública.
Esse contraste entre a impopularidade do presidente e a generosidade nas liberações de recursos para o Congresso reforça a percepção de que Lula busca apoio parlamentar a qualquer custo, mesmo em detrimento da transparência e do controle dos gastos públicos.
Diante da pressão popular e da crise de imagem, o Palácio do Planalto tenta reverter o cenário com discursos sobre combate à fome e programas sociais, mas a realidade fiscal e os acordos políticos de bastidor contam uma história bem diferente.