Lula cobra definição do PT para candidaturas ao Senado em 2026

Foto: Ricardo Stuckert / PR

Preocupado com avanço da direita, presidente pressiona partido a montar estratégia nacional e fortalecer base governista na Casa

 

Com a eleição de dois terços do Senado prevista para 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem cobrado agilidade do PT na definição de candidaturas fortes para a disputa. O receio de Lula é que a direita bolsonarista, liderada pelo PL de Jair Bolsonaro, amplie seu poder na Casa, dificultando a governabilidade e abrindo espaço para pautas como pedidos de impeachment de ministros do STF.

Segundo aliados, Lula quer construir um “cinturão contra o avanço da direita” e tem pressionado para que o partido trate o tema como prioridade, ainda que o PT esteja mais voltado para sua sucessão interna. “Ele está preocupado com a falta de nomes e a demora em estruturar as candidaturas nos estados”, comentou um petista envolvido nas articulações.

O Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), coordenado pelo senador Humberto Costa (PE), iniciou o mapeamento de possíveis candidatos, mas ainda não apresentou resultados concretos. Uma reunião marcada para segunda-feira (2) acabou sendo cancelada. No Planalto, ministros próximos ao presidente, como Gleisi Hoffmann, Rui Costa e Jaques Wagner, também participam das discussões sobre o tema.

Na Bahia, o impasse opõe dois pesos-pesados do PT: Rui Costa, atual ministro da Casa Civil, deseja se lançar candidato ao Senado, enquanto Jaques Wagner, atual senador, pretende renovar o mandato. Como só há duas vagas por estado, e aliados como o PSD também têm pretensões, a definição promete ser tensa.

Em São Paulo, a ex-senadora Marta Suplicy é uma das apostas. De volta ao PT pelas mãos de Lula, Marta já expressou interesse em disputar uma vaga no Senado e tem mantido conversas com a cúpula petista.

Dos seis senadores petistas atualmente com mandato, cinco precisarão buscar a reeleição: Humberto Costa (PE), Jaques Wagner (BA), Rogério Carvalho (SE), Fabiano Contarato (ES) e Randolfe Rodrigues (AP). O desafio é manter essas cadeiras e, ao mesmo tempo, ampliar a base governista.

Enquanto o PT ainda costura sua estratégia, o PL de Bolsonaro avança rapidamente. O partido já tem nomes fortes engatilhados em diversos estados, incluindo Michelle Bolsonaro ou Bia Kicis no Distrito Federal, Caroline De Toni em Santa Catarina, além da provável reeleição de Flávio Bolsonaro (RJ) e possível candidatura de Eduardo Bolsonaro (SP).