
Ministério da Saúde lançará em junho edital do Mais Médicos voltado a especialistas
O Ministério da Saúde anunciou que lançará, no início de junho, um edital inédito do programa Mais Médicos voltado exclusivamente para profissionais especialistas. A medida, que integra o novo programa Agora Tem Especialistas, foi divulgada nesta sexta-feira (30) pelo ministro Alexandre Padilha, durante coletiva de imprensa em Brasília.
“É um programa de provimento, é uma bolsa-trabalho nos moldes do Mais Médicos, para o médico especialista titulado nas especializações que nós mais precisamos. Vamos soltar o edital nos próximos dias, começando com 500 especialistas nas regiões mais remotas”, afirmou Padilha.
Com investimento de R$ 260 milhões, a iniciativa será executada em parceria com instituições formadoras e com a Associação Médica Brasileira. O edital prevê ainda a criação de 3 mil novas bolsas de residência médica voltadas à formação de especialistas em áreas prioritárias para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Agora Tem Especialistas
O edital do Mais Médicos Especialistas é um dos pilares do Agora Tem Especialistas, programa lançado nesta sexta por medida provisória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A meta é acelerar o atendimento especializado no SUS, principalmente para tratamento de câncer e outras áreas com alta demanda.
Além da contratação de especialistas, o programa também prevê:
Credenciamento de clínicas e hospitais filantrópicos e privados;
Ampliação do horário de atendimento nas unidades públicas de saúde;
Troca de dívidas de planos e hospitais por atendimentos ao SUS.
Os atendimentos especializados terão foco em seis áreas prioritárias: oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. A contratação será realizada pelos estados e municípios, ou, de forma complementar, pela Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS) e pelo Grupo Hospitalar Conceição, vinculado ao Ministério da Saúde.
Segundo o estudo Demografia Médica 2025, a maioria dos médicos especialistas está concentrada no Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro, especialmente na rede privada. Apenas 10% desses profissionais atendem exclusivamente pelo SUS, o que justifica o esforço do governo para expandir o acesso à saúde especializada em regiões menos assistidas.