
Diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal será substituído interinamente; ele destacou avanços da Petrobras na redução de emissões de gases do efeito estufa
A Petrobras confirmou, na noite desta sexta-feira (23), a saída de Mauricio Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da empresa. Ele deixará o cargo na próxima terça-feira (27) para assumir uma vaga no conselho de administração da Eletrobras, gigante do setor elétrico privatizada em 2022.
A decisão foi tomada de maneira negociada entre Tolmasquim e o conselho de administração da Petrobras, após a empresa avaliar se haveria conflito de interesses, já que tanto a Petrobras quanto a Eletrobras atuam no setor de energia. A indicação de Tolmasquim ao novo cargo foi feita há dois meses, e a eleição na Eletrobras ocorreu no fim de abril.
Durante sua passagem pela estatal, iniciada em 2023, Tolmasquim se destacou como liderança técnica na área de transição energética e sustentabilidade. Ele será substituído interinamente por William França, atual diretor executivo de Processos Industriais e Produtos.
Referência em energia limpa, o ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) deixou como uma de suas últimas contribuições a atualização do Caderno de Mudança do Clima, divulgado nesta sexta-feira. O documento apresenta os principais indicadores ambientais da Petrobras, incluindo a pegada de carbono e os esforços de descarbonização da companhia.
Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, Tolmasquim revelou que as emissões absolutas de gases de efeito estufa (GEE) da Petrobras em 2023 somaram 47 milhões de toneladas de CO₂, valor semelhante aos dos dois anos anteriores, mas que representa uma redução de 40% em relação a 2015.
Mesmo com sua saída, o diretor garantiu que os compromissos climáticos da Petrobras estão assegurados:
“Todas as ações estão institucionalizadas, então, independentemente de qualquer pessoa que esteja aqui, elas vão adiante, isso eu tenho certeza”, declarou.
A mudança ocorre em um momento estratégico para a Petrobras, que busca reforçar sua agenda de sustentabilidade e transição energética. Já a Eletrobras deve se beneficiar da expertise de Tolmasquim em modelos energéticos limpos e políticas públicas voltadas à descarbonização.