PGR defende manutenção da prisão de Braga Netto por risco de interferência nas investigações

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General é acusado de obstruir apuração sobre trama golpista ligada ao governo Bolsonaro e segue preso desde dezembro


A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta terça-feira (20) que o general Walter Braga Netto permaneça preso por tentativa de obstrução das investigações sobre uma suposta trama golpista articulada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A manifestação foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso.

Braga Netto está detido desde 14 de dezembro de 2024, após ter sido acusado pela Polícia Federal (PF) de tentar interferir nas investigações, principalmente ao buscar contato com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso.

A defesa do general voltou a pedir a liberdade do réu, argumentando que ele já foi denunciado e que não haveria mais risco de obstrução. No entanto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que a ameaça à instrução processual ainda persiste.

“O oferecimento de denúncia não afasta automaticamente o perigo de interferência indevida na instrução criminal, que sequer foi iniciada e cujo curso regular deve ser resguardado até a sua conclusão”, destacou Gonet.

Braga Netto tornou-se réu em 26 de março, junto com Bolsonaro e outros integrantes do que a PGR classificou como o “núcleo 1” da tentativa de golpe, formado por militares e ex-ministros do governo anterior. A denúncia foi aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF.

Réus do “Núcleo 1” da trama golpista:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República

  • Walter Braga Netto, general e ex-vice na chapa presidencial de 2022

  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin

  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça

  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha

  • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa

  • Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

A instrução criminal do caso ainda será iniciada, e os réus responderão a acusações relacionadas à tentativa de subverter a ordem democrática após as eleições presidenciais de 2022.