
Carlos Fávaro diz que, se não houver novos casos da doença, exportações de carne de frango poderão ser retomadas gradualmente
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta segunda-feira (19) que o Brasil poderá retomar o status de país livre de gripe aviária em até 28 dias, caso nenhum novo foco de infecção seja registrado nesse período. A medida abre caminho para a retomada gradual das exportações de carne de frango, suspensas por diversos países após a confirmação de um caso no Rio Grande do Sul.
“O importante é a gente fazer todo o bloqueio e o rastreamento de tudo o que saiu dessa granja. Fazendo a inutilização de toda essa produção, a gente diminui muito o risco de novos casos”, disse Fávaro.
“Se, em 28 dias, não tiver nenhum outro caso, a gente pode, com tranquilidade, baseado em ciência, dizer ao mercado e aos compradores: o Brasil está de novo livre de gripe aviária”, completou.
Na última sexta-feira (16), o Ministério da Agricultura confirmou o primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial no município de Montenegro (RS). O episódio marca o primeiro foco da doença em aves de produção no país.
Fávaro ressaltou que, mesmo com a possível reclassificação sanitária, a normalização das exportações ocorrerá de forma progressiva, pois alguns países podem manter exigências e questionamentos adicionais antes de reabrir seus mercados.
“Certamente, aqueles que restringiram o Brasil todo vão reduzir provavelmente só ao Rio Grande do Sul ou a Montenegro e, aí, gradativamente, voltamos à normalidade”, explicou.
Impacto nas exportações
Com a confirmação do caso, China, União Europeia e Argentina suspenderam temporariamente a importação da carne de frango brasileira, mesmo o foco sendo regional. A decisão de bloquear o país inteiro se baseia em regras comerciais internacionais.
Fávaro revelou que a China estava prestes a voltar a importar frango do Rio Grande do Sul, após suspender a compra devido a um caso de doença de Newcastle no ano passado. Durante a visita do presidente Lula à China, a agência aduaneira chinesa (GACC) demonstrou estar satisfeita com os relatórios apresentados pelo Brasil. No entanto, a nova ocorrência de gripe aviária interrompeu esse processo de retomada.
Segurança para o consumo
O Ministério da Agricultura enfatizou que a influenza aviária não é transmitida por meio do consumo de carne ou ovos e que os produtos brasileiros inspecionados são seguros para o consumo interno e externo.
“O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas)”, destacou a pasta em nota.