Investimentos produtivos crescem 6,9% em 2024 e atingem melhor desempenho desde 2021

© Fernando Frazão/Agência Brasil

Segundo o Ipea, avanço foi impulsionado principalmente pelo setor de máquinas e equipamentos, revertendo a queda registrada em 2023


A formação bruta de capital fixo (FBCF) da economia brasileira cresceu 6,9% em 2024, na comparação com o ano anterior, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O indicador mede o volume de investimentos em ativos produtivos, como máquinas, equipamentos e obras, e é um termômetro importante da capacidade produtiva do país.

O resultado é o melhor desde 2021, quando a FBCF havia registrado alta de 19,03% sobre 2020, ano fortemente impactado pela pandemia de covid-19. Em contraste, 2023 fechou com queda de 2,65% frente a 2022, o que torna o desempenho atual ainda mais expressivo.

Para calcular a FBCF, o Ipea considera uma série de dados sobre investimentos realizados em todo o território nacional, especialmente em infraestrutura e bens de capital. De acordo com o levantamento, em dezembro de 2024, os investimentos subiram 1,5% em relação ao mesmo mês de 2023 — o maior crescimento para dezembro desde 2014. No ano anterior, a variação havia sido de apenas 0,6%.

Apesar do avanço, o instituto pondera que o ritmo ainda é inferior ao de períodos de maior dinamismo econômico, como na década de 2000, quando a taxa de crescimento chegou a 3,6% em 2011, no pico da série.

O relatório, assinado pelos pesquisadores Marco Cavalcanti, Bruno Cordeiro e Felipe Cornelio, destaca uma mudança de perfil no ciclo de investimentos entre 2020 e 2024. Enquanto os quatro primeiros anos do período foram puxados sobretudo pelo setor de construção, 2024 marcou a retomada dos aportes em máquinas e equipamentos, que tiveram contribuição decisiva para o resultado positivo do ano.

A recuperação da FBCF indica maior confiança dos agentes econômicos, além de sinalizar expansão futura da capacidade produtiva do país, o que pode repercutir em maior crescimento econômico e geração de empregos nos próximos anos.