Papa Francisco morre aos 88 anos no Vaticano

(crédito: Reprodução/YouTube/ SBT News)
Pixel de Impressão banner campanha dengue

 

Primeiro pontífice das Américas, Francisco deixa legado marcado pela inclusão, justiça social e defesa do meio ambiente


O Papa Francisco faleceu nesta segunda-feira (21), às 7h35 no horário de Roma, aos 88 anos, no Vaticano. O anúncio oficial foi feito pelo Camerlengo da Casa Santa Marta, cardeal Kevin Farrell, que destacou a trajetória do pontífice como “dedicada ao serviço do Senhor e da Igreja”.

Francisco chegou a fazer uma aparição pública na manhã de domingo (20), na sacada da Basílica de São Pedro, durante a tradicional bênção de Páscoa Urbi et Orbi, considerada sua última mensagem ao mundo. “Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”, declarou Farrell.

Um pontificado transformador

Nascido Jorge Mario Bergoglio, em Buenos Aires, Francisco foi o primeiro papa das Américas e o primeiro jesuíta a assumir o cargo mais alto da Igreja Católica. Filho de imigrantes italianos, formou-se técnico em química antes de ingressar no sacerdócio. Foi ordenado padre em 1969 e, em 2001, foi nomeado cardeal por João Paulo II. Assumiu o papado em março de 2013, após a renúncia de Bento XVI.

Durante seus 11 anos de pontificado, destacou-se por seu posicionamento firme em temas sociais e ambientais, aproximando a Igreja de fiéis historicamente marginalizados. Em dezembro de 2023, autorizou a bênção de casais do mesmo sexo, marco inédito na história da instituição.

Em agosto de 2024, fez um forte apelo em defesa do meio ambiente: “A Terra está com febre. Precisamos mudar nossos hábitos pessoais e comunitários”, disse. Foi também em seu pontificado que, em outubro, proclamou a canonização de José Allamano, após o reconhecimento de um milagre ocorrido com um indígena yanomami no Brasil.

Saúde frágil, presença constante

Nos últimos anos, Francisco enfrentou problemas de saúde, que incluíram infecções respiratórias, quedas e internações frequentes. Chegou a utilizar cadeira de rodas e bengalas, mas manteve compromissos regulares até os últimos dias. Em janeiro de 2025, nomeou a freira Simona Brambilla para comandar um dos principais gabinetes do Vaticano — um gesto simbólico de inclusão feminina no alto escalão da Igreja.

Voz pela paz

O Papa também se destacou por sua atuação diplomática. Foi incansável em apelos por cessar-fogo em conflitos armados, como a guerra entre Rússia e Ucrânia e a violência no Oriente Médio. “A soberania deve ser garantida pelo diálogo e pela paz, não pela guerra”, afirmou em uma de suas últimas mensagens.

Até meados de 2024, afastava com firmeza a possibilidade de renunciar, afirmando que não havia “motivos sérios o suficiente” para deixar o cargo.

Francisco deixa um legado progressista e profundamente humano, marcado pela busca por uma Igreja mais inclusiva, compassiva e comprometida com os desafios do mundo moderno.