
Com avanço na arrecadação e queda nas despesas, resultado negativo do setor público recua frente ao mesmo mês do ano anterior
As contas públicas registraram déficit primário de R$ 18,973 bilhões em fevereiro deste ano, segundo dados divulgados nesta terça-feira (8) pelo Banco Central. O número representa o saldo negativo do setor público consolidado, que inclui União, estados, municípios e estatais, excluindo o pagamento de juros da dívida pública. Apesar do resultado negativo, houve melhora significativa em relação ao mesmo mês de 2024, quando o déficit chegou a R$ 48,692 bilhões.
A redução do déficit ocorreu principalmente devido ao desempenho do Governo Central, formado por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central. Esse grupo teve déficit de R$ 28,517 bilhões em fevereiro, abaixo dos R$ 57,821 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. O recuo reflete o aumento das receitas e a queda nas despesas, embora as contas sigam no vermelho.
Os governos regionais contribuíram positivamente para o resultado. Estados e municípios encerraram fevereiro com superávit primário de R$ 9,244 bilhões. No mesmo mês de 2024, houve déficit de R$ 8,646 bilhões. As empresas estatais também melhoraram o desempenho, apresentando superávit de R$ 299 milhões, revertendo o déficit de R$ 483 milhões registrado em fevereiro do ano passado.
No acumulado do ano, o setor público consolidado soma superávit de R$ 85,122 bilhões. Em 12 meses, o resultado primário apresenta déficit de R$ 15,885 bilhões, o equivalente a 0,13% do Produto Interno Bruto.
Apesar da melhora no primário, os gastos com juros cresceram. Em fevereiro, somaram R$ 78,253 bilhões, frente a R$ 65,166 bilhões no mesmo mês de 2024. A alta foi puxada por fatores como o aumento da taxa Selic, mais dias úteis e o impacto das operações de swap cambial do Banco Central.
Com isso, o resultado nominal – que inclui o déficit primário e os gastos com juros – ficou negativo em R$ 97,226 bilhões em fevereiro, abaixo dos R$ 113,858 bilhões de fevereiro do ano passado. Em 12 meses, o déficit nominal acumulado chegou a R$ 939,839 bilhões, o equivalente a 7,91% do PIB.
A dívida líquida do setor público chegou a R$ 7,296 trilhões em fevereiro, ou 61,4% do PIB. Já a dívida bruta, que considera apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais, alcançou R$ 9,045 trilhões, correspondente a 76,2% do PIB. Ambas registraram aumento em relação ao mês anterior.
Os dados refletem uma leve recuperação das contas públicas, mas ainda apontam para desafios no controle do endividamento e no equilíbrio fiscal do país.