Desigualdade salarial entre mulheres e homens se mantém no Brasil em 2024

Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília
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As mulheres brasileiras continuam ganhando menos que os homens.

Em 2024, a diferença salarial média foi de 20,9%, de acordo com o 3º Relatório de Transparência Salarial e Igualdade Salarial, divulgado pelos ministérios da Mulher e do Trabalho e Emprego nesta segunda-feira (7).

Salário médio dos homens: R$ 4.745,53
Salário médio das mulheres: R$ 3.755,01
Salário médio de mulheres negras: R$ 2.864,39

A diferença salarial entre mulheres negras e homens não negros chegou a 52,5%, um aumento em relação aos 49,7% registrados em 2023.

Desigualdade maior em cargos de chefia

Nos cargos de alta gestão, a desigualdade é ainda mais acentuada: Mulheres diretoras e gerentes ganham 26,8% menos que os homens.

Mulheres com ensino superior completo recebem, em média, 31,5% menos que homens com o mesmo nível de escolaridade.A ministra da Mulher, Cida Gonçalves, destacou que a desigualdade tem raízes profundas:

“É preciso mudar a estrutura da sociedade e a cultura das empresas, que ainda não valorizam a presença feminina de forma justa.”

Pequenos avanços e crescimento da participação feminina

O número de mulheres negras no mercado aumentou de 3,2 milhões (2023) para 3,8 milhões (2024).Reduziu o número de empresas com menos de 10% de mulheres negras contratadas: de 21,6 mil para 20,4 mil.

Cresceu o número de empresas em que a diferença salarial é inferior a 5% entre homens e mulheres.Mesmo com avanços em participação, a massa salarial das mulheres teve variação discreta: de 35,7% (2015) para 37,4% (2024).

Apesar de mais presentes no mercado — passando de 38,8 milhões (2015) para 44,8 milhões (2024) —, os rendimentos das mulheres seguem estagnados, segundo Paula Montagner, do MTE.Se mulheres recebessem o mesmo que os homens na mesma função, R$ 95 bilhões poderiam ter sido injetados na economia em 2024.