China reage às novas ameaças tarifárias de Trump e diz estar “preparada para a luta”

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China reage a novas ameaças tarifárias dos EUA com firmeza e confiança econômica

A China respondeu com firmeza às novas ameaças tarifárias feitas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em editorial publicado no domingo (6) pelo Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCCh), o país afirmou estar preparado para a guerra comercial e que os impactos negativos serão enfrentados com resiliência e estratégia.

Economia chinesa como oceano

O texto reforça a ideia de que a economia chinesa tem força para resistir a pressões externas. Citando o presidente Xi Jinping, o jornal destacou que “a economia chinesa é um oceano, não um pequeno lago. Tempestades podem virar um pequeno lago, mas não podem virar o oceano”. A metáfora foi usada para transmitir a confiança do governo na estabilidade e na profundidade do mercado interno do país.

Pressão como oportunidade estratégica

O Diário do Povo afirmou que a China deve transformar a pressão exercida pelos Estados Unidos em motivação para acelerar a construção de um novo modelo de desenvolvimento econômico. A guerra comercial, segundo o jornal, deve ser vista como uma oportunidade para fortalecer áreas estratégicas e reduzir ainda mais a dependência de mercados externos, especialmente do norte-americano.

Reconhecimento dos impactos econômicos

O editorial reconhece que as novas tarifas norte-americanas trarão efeitos negativos no curto prazo, sobretudo nas exportações. Ainda assim, o texto destaca que a China está mais preparada do que no passado para enfrentar esse tipo de desafio, com medidas que incluem a diversificação de mercados e a aposta no desenvolvimento tecnológico autônomo.

Redução da dependência dos EUA

Desde o início da guerra comercial, em 2017, a China vem diminuindo a participação dos Estados Unidos no total de suas exportações. Segundo o jornal, a parcela das exportações chinesas destinadas ao mercado norte-americano caiu de 19,2% em 2018 para 14,7% em 2024. A expansão de relações com outros países tem sido estratégica para ampliar a base comercial e reduzir riscos.

Mercado interno como pilar

O texto também enfatiza o papel do mercado interno como sustentação da economia chinesa. De acordo com dados oficiais citados pelo jornal, 85% das empresas exportadoras atuam no mercado doméstico, e as vendas internas representam 75% do total dos negócios no país. Essa estrutura permite à China maior estabilidade frente a choques externos.

Confiança internacional no desempenho chinês

O editorial destacou que a comunidade internacional mantém uma visão otimista sobre a economia chinesa. Instituições financeiras de Wall Street aumentaram suas projeções de crescimento para o país e veem a China como um “porto seguro” diante da instabilidade da economia dos Estados Unidos. A estabilidade chinesa, segundo o texto, é um diferencial em um cenário global de incertezas.

Dependência norte-americana de produtos chineses

Além de afirmar sua força econômica, o Diário do Povo também argumentou que os Estados Unidos não podem prescindir da China em várias áreas produtivas. O jornal mencionou que a dependência norte-americana em diversas categorias de produtos ultrapassa 50%, o que dificulta a substituição da China como fornecedora no curto prazo.

Experiência acumulada e estratégias prontas

O Partido Comunista Chinês, segundo o jornal, já antecipava uma nova rodada de sanções econômicas por parte dos Estados Unidos. A China, portanto, teria estratégias prontas e experiência acumulada ao longo dos últimos oito anos de guerra comercial. O país estaria preparado para responder com firmeza e consistência.

Relações comerciais com outros países

O texto encerra lembrando que a China é atualmente o principal parceiro comercial de mais de 150 países, incluindo o Brasil. A cooperação econômica com mercados emergentes é apontada como uma das formas de manter o comércio exterior forte e injetar estabilidade no crescimento econômico global.