
Medida amplia acesso a tratamento essencial pelo SUS e melhora adesão dos pacientes
O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (3) a incorporação do medicamento deferiprona no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento da sobrecarga de ferro em pacientes com doença falciforme. Com a decisão, qualquer pessoa que precise controlar o acúmulo excessivo de ferro no organismo terá acesso a todas as alternativas terapêuticas disponíveis na rede pública.
A sobrecarga de ferro é uma complicação comum em pessoas com doença falciforme devido às transfusões sanguíneas frequentes, realizadas para evitar crises de dor e outras complicações. Caso não seja tratada, pode causar danos graves a órgãos como coração, fígado e glândulas endócrinas.
A deferiprona é um quelante de ferro, ou seja, uma substância que se liga ao ferro excedente e facilita sua eliminação pela urina. Segundo o Ministério da Saúde, além de reduzir os riscos causados pelo excesso de ferro, o medicamento possui um regime de administração mais simples do que outras opções disponíveis, o que pode facilitar a adesão dos pacientes ao tratamento.
Até então, o SUS oferecia a deferiprona apenas para pacientes com talassemia maior que não podiam utilizar a desferroxamina por contraindicações ou dificuldades na administração. Com a ampliação do uso, o governo busca melhorar a qualidade de vida das cerca de 60 mil pessoas que vivem com a doença falciforme no Brasil.
A doença falciforme é uma condição genética e hereditária que altera o formato dos glóbulos vermelhos, prejudicando a circulação sanguínea e provocando dores intensas, anemias, infecções e complicações em diferentes órgãos. O tratamento envolve controle dos sintomas, prevenção de complicações e, em muitos casos, transfusões de sangue regulares.