São Paulo registra 20 mortes por febre amarela em três meses

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Casos aumentam no estado, com 32 confirmações; maioria das vítimas não era vacinada

O estado de São Paulo registrou 20 mortes por febre amarela entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde na última quarta-feira (19). Onze desses óbitos ocorreram em fevereiro, indicando um avanço da doença neste início de ano.

No período, foram confirmados 32 casos da infecção, um número muito superior ao de 2024, quando apenas dois casos e um óbito foram registrados. Este é o maior surto no estado desde 2018, ano em que 502 casos autóctones (contraídos na própria região) foram confirmados, resultando em 175 mortes.

Casos estão concentrados no interior

Os registros deste ano ocorreram principalmente nas regiões de Bauru, Campinas, Piracicaba e São José dos Campos. Em dois casos, o local exato de infecção ainda está sob investigação. Além disso, há dois casos importados de pessoas que contraíram o vírus em viagens a Minas Gerais.

O levantamento da Secretaria da Saúde também apontou que 81% dos infectados não haviam sido vacinados contra a doença, reforçando a importância da imunização. Dois casos seguem em análise para confirmação.

Macacos ajudam a identificar a circulação do vírus

Desde dezembro, 47 macacos tiveram diagnóstico positivo para febre amarela no estado, sendo 25 na região de Ribeirão Preto e 18 na região de Campinas. Também houve confirmações em Barretos e na Grande São Paulo.

Embora não transmitam a febre amarela, os macacos são indicadores fundamentais da presença do vírus na região. A morte de primatas em áreas florestais pode ser um alerta precoce para surtos da doença. As autoridades recomendam que, ao avistar um macaco morto, a população comunique imediatamente às equipes de saúde do município.

Febre amarela: sintomas e prevenção

A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus transmitido pela picada de mosquitos silvestres, comuns em áreas de mata. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa.

Os sintomas iniciais incluem:
Febre e calafrios
Dor de cabeça intensa e dores no corpo
Náuseas, vômitos e fadiga

A principal forma de prevenção é a vacinação, disponível gratuitamente pelo SUS em todos os postos de saúde do estado. Desde 2017, o Brasil segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), aplicando apenas uma dose da vacina para proteção ao longo da vida.

Diante do aumento dos casos, as autoridades de saúde reforçam a importância da imunização, especialmente para moradores e viajantes das áreas afetadas.