
Resultado representa melhora em relação ao mesmo período do ano passado; redução nos juros nominais e aumento no superávit primário são destaques
O setor público consolidado – formado por União, Estados, municípios e empresas estatais – registrou um superávit primário de R$ 104,1 bilhões em janeiro de 2025, conforme informações divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (14). O valor representa uma melhora em comparação com o mesmo mês de 2024, quando o superávit foi de R$ 102,1 bilhões.
O Governo Central, que inclui o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central, obteve um superávit de R$ 83,1 bilhões em janeiro. Já os governos regionais (estados e municípios) tiveram um superávit de R$ 22,0 bilhões. Contudo, as empresas estatais apresentaram um pequeno déficit de R$ 1 bilhão.
Dívida e juros: desafios e reduções
Em relação aos juros nominais do setor público consolidado, o valor alcançou R$ 40,4 bilhões em janeiro de 2025, uma redução significativa quando comparado aos R$ 79,9 bilhões registrados no mesmo mês de 2024. A redução se deve, principalmente, aos resultados positivos das operações de swap cambial, que geraram um ganho de R$ 36 bilhões no mês, enquanto em janeiro de 2024 houve uma perda de R$ 10 bilhões com a operação.
Apesar dessa melhora, o déficit nominal no acumulado de 12 meses alcançou R$ 956,5 bilhões (8,05% do PIB) em janeiro de 2025, uma leve redução em relação ao déficit de R$ 998 bilhões (8,45% do PIB) registrado em dezembro de 2024. Esse déficit inclui tanto o superávit primário quanto os juros nominais apropriados.
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) ficou em R$ 7,2 trilhões, o que equivale a 60,8% do PIB. Essa redução reflete o impacto do superávit primário e a variação do PIB nominal, além da valorização cambial, que aumentou o índice da dívida líquida.
Em relação à Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), o valor total atingiu R$ 8,9 trilhões, ou 75,3% do PIB. Houve uma redução de 0,8 ponto percentual do PIB em comparação com o mês anterior. Essa redução é atribuída, principalmente, aos resgates líquidos de dívida e à valorização cambial, que teve efeitos positivos na diminuição da dívida bruta.
Expectativas para o futuro
Esses resultados refletem um cenário positivo para a economia brasileira, com melhora na gestão fiscal e maior controle sobre a dívida pública. A redução dos juros nominais, em particular, sugere um alívio fiscal e uma possível recuperação econômica nos próximos meses. No entanto, a dívida bruta e o déficit nominal continuam sendo desafios que exigem atenção das autoridades fiscais. A valorização cambial também tem mostrado um impacto significativo no equilíbrio fiscal, tornando-se um fator relevante para a análise da saúde econômica do país nos próximos meses.