
Boletim Focus do Banco Central aponta inflação de 5,68% para este ano e mantém previsões de crescimento do PIB em 2,01%.
O mercado financeiro aumentou sua projeção para a inflação de 2025, que, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (10) pelo Banco Central, deve chegar a 5,68%, levemente acima dos 5,65% previstos na semana anterior. O índice de preços, medido pelo IPCA, reflete a variação no custo de vida de famílias com rendimento de até 40 salários mínimos.
Para os próximos anos, as projeções de inflação seguem mais amenas, com expectativa de 4,4% para 2026, 4% para 2027 e 3,75% para 2028, números semelhantes aos apresentados na última pesquisa.
Apesar do aumento da inflação, o mercado manteve a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 em 2,01%. Para os anos seguintes, a projeção de crescimento econômico é de 1,7% em 2026 e 2% em 2027, números que permanecem inalterados desde a semana passada.
A taxa de juros, por sua vez, permanece estável. O boletim Focus manteve a projeção da Selic em 15% para 2025, um nível que se mantém constante há nove semanas. Para os próximos anos, o mercado financeiro projeta a Selic em 12,5% em 2026 e 10,5% em 2027, com uma leve queda em 2028, quando a taxa é prevista para chegar a 10%.
Para combater a inflação e cumprir a meta de controle de preços, o Banco Central usa a taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 13,25% ao ano. Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic em 1 ponto percentual, com o objetivo de reduzir a inflação, que teve alta significativa em 2024, impulsionada pela estiagem e pela alta dos preços de alimentos, como carnes.
O cenário inflacionário, que inclui o impacto do dólar sobre os bens industrializados, torna mais provável a necessidade de um novo ajuste nas taxas de juros. O Copom já indicou que poderá aplicar mais um aumento de 1 ponto percentual na próxima reunião, marcada para os dias 18 e 19 de março.
Quanto ao câmbio, o boletim Focus projeta o dólar a R$ 5,99 para 2025, com expectativa de que a moeda norte-americana se estabilize em torno de R$ 6 até o final de 2026, permanecendo em R$ 5,90 até 2028.
Com esses ajustes nas expectativas econômicas, especialistas seguem atentos aos próximos passos do Banco Central, enquanto o Brasil enfrenta um cenário econômico desafiador, com desafios fiscais, inflação e crescimento moderado.