Haddad prevê queda na inflação dos alimentos com supersafra e dólar em baixa

© Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na noite desta sexta-feira (7) que a inflação dos alimentos deve desacelerar em 2025, impulsionada pela supersafra agrícola prevista para este ano e pela queda do dólar. A declaração foi dada durante entrevista ao Flow Podcast, em São Paulo.

“Eu acredito que uma série de produtos que estão mais caros hoje vão ter os seus preços reduzidos com a entrada da safra, que vai ser muito expressiva esse ano. Vai ser uma supersafra, ao contrário do ano passado”, afirmou o ministro.

Segundo Haddad, em 2024, fatores climáticos como seca no Centro-Oeste e inundações no Rio Grande do Sul impactaram negativamente a produção de diversos itens, elevando os preços de alimentos básicos, como arroz e milho. O encarecimento do milho, por exemplo, afetou o custo da ração, tornando a produção de frango e ovos mais cara.

PIB deve crescer 2,5% em 2025

O ministro também comentou sobre o crescimento da economia brasileira. Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,4%, um dos melhores desempenhos do mundo. Para 2025, a estimativa do Ministério da Fazenda é um crescimento mais moderado, de 2,5%, devido à necessidade de controle inflacionário.

“Previsão é previsão, você pode errar. Mas eu acredito que nós vamos continuar crescendo com um pouquinho mais de moderação por causa da inflação”, disse Haddad.

Oferta e demanda no radar do governo

Haddad ressaltou que, com a renda das famílias em crescimento, a demanda por produtos aumentou. Segundo ele, é necessário um equilíbrio entre oferta e demanda para evitar pressões inflacionárias.

“Se a oferta não acompanha o crescimento da demanda, você tem um ajuste no preço, que é o que está acontecendo em alguns produtos agora”, explicou.

O governo pretende monitorar esse cenário para garantir um crescimento econômico sustentável, mantendo a inflação sob controle.