
Alta na renda e menor desemprego impulsionam melhora financeira das famílias, aponta FecomercioSP
A inadimplência das famílias no município de São Paulo registrou nova queda em fevereiro, atingindo 19%, de acordo com a Pesquisa do Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada nesta quarta-feira (5) pela FecomercioSP. O índice representa o segundo melhor resultado desde janeiro de 2023, ficando atrás apenas de setembro de 2024, quando a inadimplência chegou a 18,9%.
O percentual de famílias com contas em atraso recuou em relação a janeiro (19,6%) e dezembro de 2024 (19,5%). Na comparação anual, 108 mil lares deixaram a situação de inadimplência em fevereiro.
Segundo a FecomercioSP, a melhora nos indicadores reflete o crescimento da renda e a redução do desemprego, fatores que impulsionaram o equilíbrio financeiro das famílias paulistanas.
“O mercado de trabalho em seu melhor momento e uma consequente massa de renda historicamente alta – R$ 40,6 bilhões no último trimestre de 2024, na capital paulista, o maior volume da série histórica do IBGE – fizeram com que o volume de famílias inadimplentes em São Paulo caísse novamente em fevereiro”, destacou a entidade em nota.
A pesquisa também apontou que a inadimplência permanece abaixo de 20% desde agosto de 2024, após mais de dois anos acima desse patamar. O tempo médio de atraso nas dívidas caiu para 63,1 dias, contra 66,2 dias em fevereiro de 2024, o que, segundo a FecomercioSP, reduz o impacto dos juros acumulados e favorece o retorno das famílias ao consumo.
Endividamento segue elevado, mas com melhora na inadimplência
O estudo revelou ainda que 67,7% das famílias paulistanas estavam endividadas em fevereiro, um leve aumento em relação a janeiro (67,2%), mas abaixo do registrado no mesmo mês de 2024 (68,1%). Em números absolutos, 2,77 milhões de lares da capital possuíam dívidas a pagar no período.
A FecomercioSP atribui esse alto endividamento ao aquecimento do mercado de trabalho e ao aumento da renda, que incentivam compras a prazo. A maior parte das dívidas está atrelada ao cartão de crédito, citado por 82% das famílias endividadas como principal compromisso financeiro.
Menos famílias sem condições de pagar dívidas
A pesquisa também revelou uma redução no percentual de famílias que não conseguem pagar suas dívidas vencidas. Em fevereiro, esse índice caiu para 8,3%, frente a 8,7% em janeiro e 9,4% no mesmo mês de 2024.
Os dados refletem uma tendência positiva no cenário econômico das famílias paulistanas, impulsionada por fatores como a maior oferta de empregos e o crescimento da massa salarial, que contribuem para um maior controle das finanças pessoais e um menor impacto da inadimplência no comércio e na economia da cidade.