
Aterrissagem histórica da Firefly Aeroespacial reforça disputa privada pela superfície lunar
O módulo lunar Blue Ghost, da empresa Firefly Aeroespacial, pousou com sucesso na Lua na manhã deste domingo (2), consolidando-se como um dos marcos da exploração comercial do satélite natural.
Nas redes sociais, a Firefly celebrou o feito, destacando que se tornou a primeira empresa comercial a realizar um “pouso totalmente bem-sucedido” na Lua. A afirmação faz referência à missão IM-1, da Intuitive Machines, que, apesar de ser considerada um sucesso, teve um pouso com tombamento da espaçonave. Com isso, a Firefly busca se diferenciar, enfatizando a total estabilidade do Blue Ghost na superfície lunar.
Corrida pela Lua: exploração e interesses estratégicos
A disputa pelo território lunar está cada vez mais intensa, impulsionada por três fatores principais:
- Recursos naturais: a Lua possui minerais raros e isótopos valiosos que podem ser utilizados como fonte de energia limpa.
- Exploração científica: há indícios de gelo na superfície lunar, o que poderia fornecer água para futuras missões tripuladas.
- Geopolítica: a corrida espacial tem raízes históricas na Guerra Fria e continua sendo um campo de disputas tecnológicas e estratégicas.
Os próximos passos da missão Blue Ghost
O módulo carrega dez instrumentos científicos e tecnológicos da NASA como parte do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS), iniciativa dentro do projeto Artemis, que pretende levar astronautas de volta à Lua pela primeira vez em mais de 50 anos.
Agora que o Blue Ghost está na superfície lunar, seus instrumentos irão operar por duas semanas para estudar características do subsolo lunar, incluindo poeira e regolito, material solto que cobre a superfície da Lua.
Além disso, a missão passará por um eclipse no dia 14 de março, quando a Terra projetará uma sombra sobre o local de pouso. O evento será registrado pela Firefly. Em 16 de março, a empresa pretende capturar imagens do pôr do sol lunar e verificar o fenômeno da levitação de poeira lunar, observado pela última vez durante o programa Apollo.
“Esperamos registrar esse fenômeno, que foi esboçado pelo último astronauta da Apollo na Lua”, afirmou Joseph Marlin, engenheiro-chefe adjunto da missão.
Com o sucesso do Blue Ghost, a Firefly se firma como um dos nomes na crescente indústria da exploração comercial da Lua, reforçando o avanço das missões privadas além da órbita terrestre.