
Simone Tebet lidera entre os ministros mais bem avaliados; gratuidade no Farmácia Popular tem ampla aceitação, enquanto taxação de compras internacionais é rejeitada
Uma pesquisa do instituto AtlasIntel revelou a percepção da população sobre os ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e algumas das principais medidas adotadas pela gestão. O levantamento, realizado entre os dias 24 e 27 de fevereiro com 2.595 entrevistados, indicou que 42,6% dos participantes consideram as recentes mudanças ministeriais “muito necessárias”. Apesar disso, 45,6% acreditam que as alterações não trarão melhorias no desempenho do governo. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Ministros mais e menos aprovados
A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação, com 62%. Logo atrás, aparecem o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo (PT), ambos com 54% de aceitação.
Por outro lado, os ministros Juscelino Filho (Comunicações – União Brasil) e Anielle Franco (Igualdade Racial – PT) são os mais rejeitados, com 70% e 59% de reprovação, respectivamente.
Medidas populares e impopulares do governo
Entre as decisões governamentais mais bem avaliadas, destacam-se:
- Gratuidade de medicamentos e itens do Farmácia Popular (88% de aprovação);
- Isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000,00 mensais (81%);
- Programa de renegociação de dívidas Desenrola (73%).
Em contrapartida, algumas ações do governo foram alvo de críticas:
- A taxação de compras internacionais de até US$ 50 (cerca de R$ 300) foi rejeitada por 67% dos entrevistados;
- A tentativa de fiscalização de transações via Pix acima de R$ 5.000,00 mensais teve 57% de reprovação;
- A fala do presidente Lula comparando as ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus e a retirada de empresas públicas, como os Correios, do programa de privatização foram rejeitadas por 51% dos entrevistados.
Nova estratégia de comunicação divide opiniões
O governo federal adotou uma nova estratégia de comunicação, com pronunciamentos quinzenais em cadeia nacional para divulgar medidas e ações da gestão. A pesquisa aponta que:
- 24,7% acreditam que essa iniciativa não terá impacto positivo nem negativo;
- 22,5% avaliam que a estratégia pode melhorar a percepção do público sobre o governo.
Comparação entre os governos Lula e Bolsonaro
A pesquisa também comparou a gestão de Lula com a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em diferentes áreas. Lula obteve maior aceitação nos temas direitos humanos e igualdade racial (56%) e relações internacionais (56%).
Já nas áreas de segurança pública, responsabilidade fiscal e controle de gastos, os entrevistados apontaram uma piora nos cenários desde a saída de Bolsonaro da Presidência.
O levantamento reforça os desafios do governo em equilibrar a aceitação popular, implementar novas medidas e lidar com a rejeição de algumas decisões estratégicas.