Covid-19: queda na vacinação preocupa especialistas, enquanto desinformação ainda circula

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Brasil registrou quase 6 mil mortes pela doença no último ano; apenas 20% da população elegível tomou todas as doses de reforço

Mesmo após cinco anos do primeiro caso de Covid-19 no Brasil, a doença segue presente e ainda preocupa especialistas. No último ano, o país registrou 862,7 mil casos e quase 6 mil mortes, segundo o Ministério da Saúde. Apesar disso, apenas 20% da população elegível completou o esquema de vacinas de reforço, aumentando a vulnerabilidade a complicações em casos de infecção ou reinfecção pelo coronavírus.

Em paralelo, fake news sobre a Covid-19 e as vacinas continuam circulando, principalmente em redes sociais e aplicativos de mensagens. Informações falsas sobre supostos danos causados pelos imunizantes não possuem respaldo científico, mas ainda influenciam parte da população, dificultando o avanço da imunização e contribuindo para o risco de novas ondas da doença.

O impacto da desinformação e a importância da vacinação

Desde 2020, mais de 700 mil pessoas morreram de Covid-19 no Brasil e cerca de 7 milhões no mundo. No auge da pandemia, em abril de 2021, o país chegou a registrar 4,2 mil mortes em um único dia, quando ainda não havia doses suficientes da vacina para toda a população. Especialistas alertam que, embora o cenário seja menos crítico atualmente, a doença continua causando mortes e internações em UTIs.

A vacinação é considerada a principal forma de prevenção contra casos graves e mortes. Segundo especialistas, buscar informações em fontes confiáveis, como o Sistema Único de Saúde (SUS) e veículos de imprensa, é essencial para combater a desinformação e evitar que o negacionismo prejudique o controle da doença.

O papel da ciência e da comunicação na pandemia

Durante a pandemia, o SUS demonstrou sua importância, ampliando leitos de UTI, importando respiradores e estabelecendo protocolos para o tratamento da Covid-19. Em São Paulo, o Centro de Contingência reuniu médicos, cientistas e especialistas para monitorar a evolução da doença e auxiliar na tomada de decisões.

O Instituto Butantan também teve papel fundamental ao organizar uma rede de testagem e viabilizar a primeira vacina disponibilizada aos brasileiros. Além disso, profissionais de comunicação atuaram intensamente para levar informações corretas à população, combatendo fake news e promovendo campanhas de conscientização.

A crise sanitária evidenciou a relevância do jornalismo científico. Durante a pandemia, houve um aumento expressivo da busca por notícias em jornais, rádios e TVs, em detrimento das redes sociais. Esse movimento reforçou a confiança na ciência e ajudou na adesão à vacinação, ao uso de máscaras e às medidas de isolamento nos períodos mais críticos.

Manter a vigilância é essencial

Embora o pior momento da pandemia tenha passado, especialistas alertam que a vacinação e a informação de qualidade ainda são fundamentais para evitar novas vítimas. As campanhas de conscientização precisam continuar, garantindo que a população esteja protegida e que os avanços conquistados pelo SUS, pela ciência e pelo jornalismo na luta contra a Covid-19 não sejam esquecidos.