
Em 26 de fevereiro de 2020, o Brasil confirmava o primeiro caso da doença, sem imaginar que enfrentaria uma das maiores crises sanitárias de sua história
Há exatamente cinco anos, em 26 de fevereiro de 2020, o Brasil registrava oficialmente o primeiro caso de Covid-19. O paciente, um homem de 61 anos que havia retornado da Itália, foi atendido no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e teve a infecção confirmada pelo então inédito teste de PCR para SARS-CoV-2.
A notícia veio em meio ao feriado de Carnaval, com blocos e festas de rua lotando as capitais brasileiras. Naquele momento, os serviços de saúde já estavam atentos à chegada da doença, que vinha se espalhando pela Europa e Ásia. A equipe do Einstein foi a primeira do país a desenvolver um teste para identificar o vírus, utilizando um método baseado no protocolo criado por cientistas da Alemanha.
A confirmação do primeiro caso foi feita pelo então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante uma coletiva de imprensa sem distanciamento social ou uso de máscaras – medidas que, como se descobriria semanas depois, seriam essenciais para conter a propagação do vírus.
O início da pandemia
A Covid-19 já havia sido identificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em dezembro de 2019, quando casos de uma nova síndrome respiratória surgiram na cidade de Wuhan, na China. Em 23 de janeiro de 2020, o governo chinês decretou o isolamento total da cidade, tentando conter a disseminação da doença. No entanto, a transmissão já havia ultrapassado fronteiras e atingia diversos países.
No Brasil, o primeiro caso confirmado não foi isolado. Outros pacientes já eram monitorados em sete estados, e, rapidamente, o vírus se espalhou. Em 11 de março de 2020, o Distrito Federal foi o primeiro a adotar medidas de distanciamento, seguido por outros estados nas semanas seguintes.
A resposta federal, no entanto, foi marcada por atrasos e falta de coordenação, como apontou um estudo publicado em 2022. A pandemia revelou uma crise no sistema federativo brasileiro, com disputas políticas, informações contraditórias e falta de um plano unificado para conter a propagação da doença.
Cinco anos depois: o legado da pandemia
A Covid-19 deixou um rastro de destruição no Brasil, com mais de 700 mil mortes registradas. A crise sanitária evidenciou a desigualdade no acesso à saúde, a necessidade de um sistema de resposta eficiente e a importância da ciência e da vacinação no combate a epidemias.
Cinco anos depois, o país ainda sente os impactos econômicos, sociais e psicológicos da pandemia. O primeiro caso registrado naquele Carnaval de 2020 foi apenas o início de uma história que mudaria para sempre a vida dos brasileiros.