Lula pede defesa da democracia e combate às fake news em evento de 45 anos do PT

© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Presidente critica pedido de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro e destaca a importância de vacinas contra as mentiras digitais

Neste sábado (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou das comemorações do 45º aniversário do Partido dos Trabalhadores (PT), no Armazém do Píer Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro. Filiação histórica e militância ativa do partido, Lula aproveitou a oportunidade para reforçar o compromisso com a defesa da democracia e o combate às fake news, além de fazer duras críticas a pedidos de anistia para aqueles envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Durante seu discurso, o presidente abordou temas polêmicos e atuais, como o golpe de 8 de janeiro, no qual prédios públicos foram vandalizados por manifestantes. Lula condenou qualquer tentativa de anistia para os responsáveis, destacando que os acusados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, devem ser julgados por suas ações. “Eles agora estão pedindo anistia, nem foram condenados, já querem ser anistiados. Eles deveriam estar pedindo era inocência, sabe, e não pedir anistia. Eles vão ser julgados, se tiverem culpa, vão ser condenados”, afirmou, reforçando a defesa da democracia como princípio inegociável.

A luta contra as fake news também foi um dos pontos centrais da fala de Lula, que pediu aos militantes presentes que combatessem as mentiras que circulam na internet. “É preciso que a gente tenha coragem de enfrentar as fake news”, disse o presidente, lembrando que as mentiras sobre a taxação do PIX causaram confusão, forçando até a Receita Federal a revogar decisões equivocadas.

Ao longo do evento, Lula fez menção à governança internacional, com críticas indiretas ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre ações como renomear o Golfo do México e as declarações sobre a posse do Canadá e da Groelândia. “Ele não foi eleito para ser xerife do mundo, ele foi eleito para governar os Estados Unidos”, afirmou Lula.

Em relação ao seu próprio governo, o presidente fez uma crítica interna ao ministério, mencionando que, durante uma reunião recente, descobriu que parte de sua equipe não estava informada sobre as políticas em andamento, destacando a necessidade de melhorar a comunicação interna.

Lula também falou sobre o futuro do PT, enfatizando a importância de o partido retornar aos espaços de trabalho e periferias, buscando mais diálogo com a população, especialmente com a classe trabalhadora. “Precisamos voltar a discutir política dentro da fábrica, no local de trabalho, ir onde a classe trabalhadora está”, disse.

A presidente do PT, Gleise Hoffmann, presente no evento, comemorou os 45 anos do partido e ressaltou a importância da organização política de baixo para cima. Ela também falou sobre a reforma tributária e o foco do PT em cobrar mais impostos de ricos, além de elogiar os avanços fiscais do governo atual, com a redução do déficit orçamentário.

Lula ainda fez afagos aos membros do governo, como a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e os ministros Fernando Haddad e Camilo Santana, e defendeu o trabalho de sua esposa, Janja Lula da Silva, contra ataques da oposição. “A Janja pode falar o que quiser”, afirmou, destacando que ela tem o direito de expressar suas ideias.

O evento foi marcado pela presença de importantes figuras do PT, como governadores e parlamentares, e serviu também para reafirmar os projetos sociais do governo, como a expansão do Bolsa Família, além de dados positivos da economia, com a redução do desemprego e aumento do salário mínimo.