Oposição denuncia “ditadura constitucional” em defesa de Bolsonaro

Foto: Reprodução TV Câmara

 

Líderes oposicionistas criticam acusações da PGR e alertam para riscos à democracia

Nesta quarta-feira (19), a oposição na Câmara dos Deputados manifestou-se contra a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro de tentativa de golpe de Estado. Em coletiva no Salão Verde, o líder oposicionista, deputado Luciano Zucco (PL-RS), afirmou que a medida busca “matar Bolsonaro politicamente” e denunciou o que considera censura no país.

Zucco solicitou a intervenção de organizações internacionais de direitos humanos, enfatizando que “o momento exige coragem e união”. Para ele, o Brasil enfrenta uma “ditadura constitucional disfarçada de legalidade”, alertando que o suposto autoritarismo pode ameaçar diversos grupos no futuro.

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), também presente na coletiva, questionou a imparcialidade do Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que as acusações da PGR carecem de provas concretas. Marinho destacou a necessidade de uma anistia para os envolvidos, argumentando que a denúncia é uma tentativa de criminalizar a oposição política.

A denúncia da PGR, apresentada na noite de terça-feira (18), acusa Bolsonaro de tentativa de golpe de Estado, liderança de organização criminosa armada e dano ao patrimônio público. Segundo o órgão, o ex-presidente teria liderado uma organização para desestabilizar a democracia e estaria ciente de um plano para assassinar o presidente Lula em 2022. Além de Bolsonaro, foram denunciados o ex-ministro Braga Netto e o ex-ajudante Mauro Cid, entre outros.

Em resposta, Bolsonaro classificou as acusações como “vagas” e fruto de um “regime autoritário que precisa fabricar inimigos internos”. Ele negou envolvimento em qualquer plano golpista e afirmou que as denúncias são uma tentativa de perseguição política.

A defesa de Bolsonaro considera a manifestação da PGR “inepta”, “precária” e “incoerente”, argumentando que não há evidências concretas que sustentem as acusações. O caso será analisado pela Primeira Turma do STF, que decidirá se o ex-presidente se tornará réu.

Enquanto isso, no Congresso, aliados de Bolsonaro intensificam a busca por votos para aprovar um projeto de anistia aos envolvidos, visando proteger o ex-presidente e seus apoiadores de possíveis condenações. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirmou que o partido está empenhado em garantir a aprovação da proposta antes do feriado de Carnaval.

A situação tem gerado debates acalorados sobre os limites da atuação judicial e os riscos de politização das instituições democráticas no Brasil. Observadores internacionais acompanham de perto os desdobramentos, atentos aos possíveis impactos na estabilidade política e institucional do país.

Veja a lista dos denunciados:

1.    Ailton Gonçalves Moraes Barros;
2.    Alexandre Rodrigues Ramagem;
3.    Almir Garnier Santos;
4.    Anderson Gustavo Torres;
5.    Angelo Martins Denicoli;
6.    Augusto Heleno Ribeiro Pereira;
7.    Bernardo Romão Correa Netto;
8.    Carlos Cesar Moretzsohn Rocha;
9.    Cleverson Ney Magalhães;
10.  Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira;
11.  Fabrício Moreira de Bastos; 
12.  Filipe Garcia Martins Pereira; 
13.  Fernando de Sousa Oliveira; 
14.  Giancarlo Gomes Rodrigues; 
15.  Guilherme Marques de Almeida; 
16.  Hélio Ferreira Lima;
17.  Jair Messias Bolsonaro; 
18.  Marcelo Araújo Bormevet;
19.  Marcelo Costa Câmara;
20.  Márcio Nunes de Resende Júnior;
21.  Mário Fernandes;
22.  Marília Ferreira de Alencar;
23.  Mauro César Barbosa Cid;
24.  Nilton Diniz Rodrigues;
25.  Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho;
26.  Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira;
27.  Rafael Martins de Oliveira;
28.  Reginaldo Vieira de Abreu;
29.  Rodrigo Bezerra de Azevedo;
30.  Ronald Ferreira de Araújo Júnior;
31.  Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros;
32.  Silvinei Vasques;
33.  Walter Souza Braga Netto;
34.  Wladimir Matos Soares.