Emissão teve alta procura, mas custo reflete cenário global de juros elevados
O Tesouro Nacional captou US$ 2,5 bilhões no mercado internacional nesta terça-feira (18), com a emissão de títulos da dívida externa com vencimento em 2035. A taxa de juros foi de 6,75% ao ano, a mais alta para esse tipo de papel desde 2005, quando o país pagou 7,9% ao ano.
A operação atraiu forte demanda, alcançando US$ 6,5 bilhões no pico da oferta. Os investidores europeus e norte-americanos responderam por 64% da compra, enquanto 28% vieram da América Latina, incluindo o Brasil.
Alta dos juros e impacto na dívida brasileira
A taxa obtida na emissão foi superior à da última operação semelhante, realizada em janeiro de 2024, quando os juros foram de 6,35% ao ano. Esse aumento reflete o cenário internacional de juros elevados nos Estados Unidos, que mantêm sua taxa entre 4,25% e 4,5% ao ano.
Como os títulos brasileiros são considerados de maior risco em relação aos papéis norte-americanos, os investidores exigem um prêmio adicional para adquiri-los. No entanto, a diferença entre os juros brasileiros e os norte-americanos (spread) caiu para 220 pontos-base (2,2 pontos percentuais), a menor desde novembro de 2019.
Destino dos recursos
O montante captado será incorporado às reservas internacionais brasileiras em 25 de fevereiro. Apesar disso, o Tesouro Nacional destaca que as emissões no exterior não visam apenas reforçar as divisas do país, mas também servir como referência para empresas brasileiras que desejam captar recursos no mercado financeiro internacional.
