Estimativa do IPCA sobe para 5,51%, acima do teto da meta do Banco Central
A expectativa do mercado financeiro para a inflação oficial do Brasil em 2025 subiu de 5,5% para 5,51%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (3) pelo Banco Central (BC). O índice, medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), está acima do limite da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O boletim também trouxe revisões para os próximos anos. Para 2026, a projeção da inflação subiu de 4,22% para 4,28%. Já para 2027 e 2028, as previsões foram mantidas em 3,9% e 3,74%, respectivamente.
Crescimento econômico e juros
A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 permaneceu em 2,06%, mesma estimativa da semana passada. Para os anos seguintes, o mercado espera crescimento de 1,72% em 2026, 1,96% em 2027 e 2% em 2028.
Já a taxa básica de juros (Selic) foi mantida em 15% para este ano, seguindo a projeção das últimas semanas. Para os anos seguintes, o mercado prevê uma Selic de 12,5% em 2026, 10,38% em 2027 e 10% em 2028.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic foi elevada para 13,25% ao ano, marcando a quarta alta consecutiva. O BC justificou a decisão citando incertezas sobre a inflação global, a valorização do dólar e os gastos públicos. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, criticou o aumento dos juros, afirmando que a medida dificulta o crescimento econômico e encarece o crédito.
Dólar segue estável
A cotação do dólar deve permanecer em R$ 6 até 2026, de acordo com o Boletim Focus. Para 2027, o câmbio pode cair para R$ 5,93, mas voltaria ao patamar de R$ 6 em 2028.
Com essas projeções, o cenário econômico segue desafiador, com inflação acima da meta, juros elevados e perspectivas de crescimento moderado para os próximos anos.
