
Crescimento econômico e retomada da tributação sobre combustíveis impulsionaram arrecadação, que teve alta real de 9,6% no ano passado
O governo federal encerrou 2024 com uma arrecadação recorde de R$ 2,709 trilhões, informou a Receita Federal nesta terça-feira (28). Ajustado pela inflação, o valor corresponde a R$ 2,653 trilhões, representando um crescimento real de 9,6% em comparação com 2023. Esse é o maior valor registrado desde o início da série histórica, em 1995.
De acordo com a Receita, o resultado foi impulsionado pela expansão da atividade econômica, pelo retorno da tributação sobre combustíveis e pela melhora na arrecadação de tributos como PIS/Cofins, Imposto de Renda e Imposto de Importação.
“O grande resultado reflete os efeitos de uma política econômica que reativou setores inteiros, com destaque para o crescimento industrial e o aumento da massa salarial. Tivemos uma Receita Federal menos repressiva e mais focada na inclusão de grandes rendas passivas e super-ricos no sistema tributário”, afirmou Robinson Barreirinhas, secretário especial da Receita Federal, durante coletiva de imprensa.
Destaques econômicos
O desempenho positivo da economia em 2024 foi evidenciado por indicadores como o crescimento da produção industrial (3,22%), das vendas de bens (3,97%) e de serviços (2,9%). O valor em dólar das importações subiu 8,65%, enquanto a massa salarial apresentou alta de 11,78%.
Entre os tributos que mais contribuíram para o recorde estão:
- PIS/Cofins: arrecadação de R$ 541,743 bilhões (+18,6%).
- Contribuições previdenciárias: R$ 685,012 bilhões (+5,34%).
- Imposto sobre Importação e IPI vinculado: R$ 109,608 bilhões (+33,75%).
- IRRF sobre rendimentos de capital: R$ 146,539 bilhões (+13,12%).
- IRPJ e CSLL: R$ 502,720 bilhões (+2,85%).
No recorte setorial, os destaques foram comércio atacadista (R$ 171,285 bilhões), entidades financeiras (R$ 288,621 bilhões), combustíveis (R$ 105,354 bilhões) e fabricação de automóveis (R$ 63,907 bilhões).
Retorno da tributação e combate à sonegação
A retomada da tributação sobre combustíveis e o aumento das alíquotas de tributos como o IPI e o Imposto de Importação também desempenharam um papel importante no crescimento da arrecadação. Além disso, a Receita Federal reforçou o combate à sonegação, com foco na tributação de grandes patrimônios e rendas passivas, ampliando a base arrecadatória.
“Estamos trazendo para o sistema aqueles que antes não contribuíam de forma justa, incluindo patrimônios elevados e rendas de fundos fechados. Isso demonstra um esforço de justiça tributária”, acrescentou Barreirinhas.
Resultado em dezembro
O mês de dezembro também fechou em alta, com uma arrecadação de R$ 261,265 bilhões, valor 7,78% acima da inflação. O bom desempenho reforça as expectativas de estabilidade para a economia em 2025, com a continuidade da política de equilíbrio entre crescimento econômico e ampliação da base tributária.