Lua do Lobo brilha no céu e esconde Marte em espetáculo celestial

Foto de Pedro Lastra na Unsplash

 

Primeira Lua cheia do ano reserva fenômeno raro e marca início de desfiles planetários no céu de janeiro

 

 

Na noite desta segunda-feira (13), o céu será palco de um espetáculo único com a aparição da Lua do Lobo, a primeira Lua cheia de 2024. Além de seu brilho máximo, o evento reserva uma surpresa: Marte será ocultado pelo satélite natural, criando um “truque de mágica celestial”.

A Lua cheia atingirá seu pico de iluminação nesta noite, mas continuará visível até a manhã de quarta-feira (15), segundo a NASA. Durante a madrugada, Marte e a Lua formarão uma conjunção celeste na direção da constelação de Gêmeos, fenômeno que ocorre quando dois corpos celestes parecem muito próximos no céu, apesar da distância real entre eles.

Origem e significados da Lua do Lobo

O nome “Lua do Lobo” tem raízes na tradição Sioux, que relaciona o satélite ao período em que lobos uivam em noites frias de inverno. Outras culturas também batizaram a Lua cheia de janeiro com diferentes significados: para os Cherokee, é a “Lua fria”; para os Lakota, a “Lua dura”; e para os Passamaquoddy, a “Lua do vento giratório”. Na Europa, ela é conhecida como “Lua de gelo” ou “Lua após Yule”, em alusão a festivais do solstício de inverno.

Além do folclore, o evento astronômico também está associado ao festival hindu Prayag Kumbh Mela, que ocorre a cada 12 anos na cidade de Prayagraj, Índia.

Desfile de planetas e Marte em oposição

Após o desaparecimento momentâneo de Marte por trás da Lua, o planeta vermelho estará em destaque no céu noturno. Marte está em oposição este mês, um alinhamento que o posiciona diretamente oposto ao Sol no ponto de vista da Terra, tornando-o especialmente brilhante. O fenômeno é visível na constelação de Gêmeos e será mais intenso na quarta-feira (15).

Além de Marte, outros planetas compõem um verdadeiro desfile celestial em janeiro. Júpiter brilhará no alto do céu, enquanto Vênus e Saturno estarão visíveis ao oeste. No dia 20, esses dois últimos formarão sua própria conjunção celeste. Urano e Netuno também poderão ser avistados, com auxílio de binóculos ou telescópios.

Alinhamento dos planetas: ciência e magia

Embora o desfile planetário seja visualmente deslumbrante, ele é um evento natural. Os planetas do Sistema Solar orbitam o Sol em um plano chamado eclíptica, criando a impressão de alinhamento no céu.

“Ainda que pareça que os planetas estão em fila no céu, eles não estão alinhados no espaço tridimensional. O que vemos é o reflexo do plano orbital do nosso sistema”, explica o portal EarthSky.

Aproveite as noites de janeiro para contemplar esse espetáculo raro e, se possível, utilize telescópios para explorar ainda mais o cosmos, incluindo as luas que orbitam planetas vizinhos.