Secretaria Estadual de Saúde intensifica vacinação na cidade após a detecção de vírus em primatas; não há casos humanos registrados
A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou, nesta segunda-feira (6), que exames realizados em quatro macacos do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, no interior paulista, tiveram resultado positivo para febre amarela. Embora os macacos não transmitam a doença diretamente, a detecção do vírus nos primatas é um indicativo de circulação do vírus na região.
Os macacos são hospedeiros naturais do vírus, mas a transmissão para os seres humanos ocorre por meio da picada de mosquitos infectados. No ciclo de transmissão, os mosquitos picam o macaco, que, após ser infectado, pode ser picado novamente por outro vetor, que transmitirá a doença para o homem.
Em resposta ao alerta, a prefeitura de Ribeirão Preto intensificou a campanha de vacinação contra a febre amarela. Desde sexta-feira passada (3), equipes da Vigilância Epidemiológica começaram a imunizar pessoas que moram ou trabalham no campus da USP e que ainda não haviam recebido a vacina. Além disso, foi iniciada uma busca ativa para vacinar cerca de 4 mil crianças que ainda não completaram o ciclo vacinal de duas doses – uma aos 9 meses e outra aos 4 anos.
Maurício Godinho, secretário municipal da Saúde, tranquilizou a população, afirmando que não é necessário formar filas nos postos de saúde. “Estamos realizando uma busca ativa por essas crianças e entrando em contato com as famílias para garantir a vacinação”, explicou. Após os 4 anos de idade, uma única dose da vacina garante proteção contra a febre amarela.
Atualmente, não há registros de casos humanos da doença em Ribeirão Preto. No entanto, a Secretaria Estadual da Saúde remanejou 20 mil doses de vacina para a cidade como medida preventiva.
A febre amarela é uma doença infecciosa aguda transmitida por mosquitos silvestres que vivem em áreas de mata. Os sintomas iniciais incluem febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náuseas e vômitos. Em alguns casos, a doença pode evoluir para uma forma grave, levando à morte.
A melhor forma de prevenção é a vacina, que está disponível gratuitamente nos postos de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Desde 2017, o Brasil adota um esquema vacinal com uma única dose durante toda a vida, conforme as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). A vacina também é a principal recomendação para quem visita áreas de mata ou zonas rurais.
A Secretaria Estadual da Saúde alertou a população para a importância de notificar a morte de macacos à vigilância sanitária local, caso seja identificada em suas regiões