Petrobras avança na criação de centros para proteção ambiental

© Divulgação/Petrobrás

 

Segundo centro de reabilitação de fauna deve ser concluído no Amapá em 2025, fortalecendo plano de emergência ambiental

 

 

 

A Petrobras anunciou que o segundo Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna (CRD) relacionado à margem equatorial será concluído no primeiro trimestre de 2025, no município de Oiapoque, Amapá. A construção atende a exigências ambientais para exploração de petróleo em uma região considerada o novo pré-sal brasileiro.

Atualmente, um CRD já opera em Belém, no Pará. Ambos fazem parte do plano de proteção à fauna previsto no plano de emergência para a perfuração de poços. “Se todas as barreiras preventivas falharem, temos esse plano de emergência”, destacou Daniele Lomba, gerente geral de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras, reforçando que a empresa não possui histórico de vazamentos em perfurações.

Margem equatorial: desafios e oportunidades

A margem equatorial, que abrange o litoral do Rio Grande do Norte ao Amapá, ganhou relevância após descobertas de petróleo em países vizinhos como Guiana e Suriname. Apesar do potencial estimado de 10 bilhões de barris de óleo equivalente na Bacia da Foz do Amazonas, a Petrobras enfrenta dificuldades para obter licenças ambientais.

Atualmente, a empresa tem autorização do Ibama para perfurar apenas dois dos 16 poços planejados, ambos no Rio Grande do Norte. Em maio de 2023, o Ibama negou a licença para o bloco FZA-M-59, localizado a 175 km da costa do Amapá, citando questões como o tempo de resposta em caso de vazamentos, impactos em comunidades indígenas e necessidade de estudos adicionais.

Para mitigar uma das preocupações, a Petrobras decidiu construir o CRD no Oiapoque, reduzindo o tempo de transporte de animais impactados para 12 horas, ante 22 a 31 horas para o centro de Belém.

Estrutura e função dos CRDs

O CRD de Belém, com investimento de R$ 4,5 milhões, possui capacidade inicial para 25 animais, podendo ser expandido. Embora projetado para emergências envolvendo petróleo, a unidade acolhe também fauna marinha em outras situações e serve para qualificar profissionais no manejo de “fauna oleada”.

A instalação no Oiapoque seguirá o mesmo modelo, integrando embarcações, helicópteros e veículos de apoio ao plano de emergência ambiental.

Impasses e perspectivas

A Petrobras contesta os argumentos do Ibama para a negativa de licença e aguarda uma decisão para o início de 2025. Daniele Lomba aponta que o atraso traz prejuízos significativos. “Além do custo de R$ 1 bilhão para a empresa, o país perde ao não conhecer o potencial de suas reservas energéticas”, afirmou.

Enquanto isso, a estatal reforça que a produção na margem equatorial é estratégica para garantir a autossuficiência energética do Brasil nos próximos anos.