
Mais de 1,4 milhão de pessoas saíram do desemprego em um ano, com recordes na ocupação formal e estabilidade no mercado informal
A taxa de desocupação no Brasil atingiu 6,1% no trimestre encerrado em novembro, marcando o menor índice da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), iniciada em 2012. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27).
O percentual representa uma queda de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (6,6%) e de 1,4 ponto percentual na comparação anual, quando o desemprego estava em 7,5%. Atualmente, 6,8 milhões de brasileiros estão em busca de emprego, menor número desde dezembro de 2014.
Avanços na ocupação
O número de pessoas ocupadas no Brasil chegou a 103,9 milhões, um recorde na série histórica. No setor privado, o total de empregados alcançou 53,5 milhões, com 39,1 milhões possuindo carteira assinada. No setor público, o número chegou a 12,8 milhões.
Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, destacou o desempenho do mercado de trabalho em 2024: “O ano caminha para o registro de recordes na expansão do mercado de trabalho brasileiro, impulsionado pelo crescimento dos empregados formais e informais”.
Informalidade e rendimento
A taxa de informalidade, que inclui 40,3 milhões de trabalhadores, ficou em 38,7%, ligeiramente abaixo do trimestre anterior (38,8%). Já o rendimento médio real dos trabalhadores permaneceu estável no trimestre, em R$ 3.285, mas cresceu 3,4% no ano.
A massa de rendimento real, que reflete o total dos ganhos dos trabalhadores, atingiu um novo recorde de R$ 332,7 bilhões, com alta de 7,2% em relação ao mesmo período de 2023.
Setores em destaque
O aumento na ocupação foi impulsionado por quatro setores: Indústria (alta de 2,4%, mais 309 mil pessoas), Construção (3,6%, mais 269 mil pessoas), Administração Pública, Educação e Saúde (1,2%, mais 215 mil pessoas) e Serviços Domésticos (3%, mais 174 mil pessoas).
Na comparação anual, sete grupamentos, como Comércio, Indústria e Transporte, somaram 3,5 milhões de novos trabalhadores, enquanto o setor de Agricultura registrou queda de 358 mil pessoas (-4,4%).
Impactos da pandemia
Os dados refletem uma recuperação significativa desde os períodos mais críticos da pandemia de covid-19. O número de desocupados caiu 55,6% em relação ao pico de 15,3 milhões registrado no início de 2021.
A pesquisa PNAD Contínua, que visitou 211 mil domicílios em 3.500 municípios, segue como referência para medir as condições do mercado de trabalho no país, destacando o avanço na ocupação e a estabilização do desemprego em níveis historicamente baixos.