Venda de títulos públicos supera resgates em R$ 2,462 bilhões; alta na inflação e Selic elevada atraem investidores
As vendas de títulos do Tesouro Direto superaram os resgates em R$ 2,462 bilhões em novembro, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Tesouro Nacional. Este é o segundo maior saldo líquido da série histórica, ficando atrás apenas do recorde de outubro, quando o valor atingiu R$ 2,528 bilhões.
No último mês, as vendas de títulos somaram R$ 5,764 bilhões, enquanto os resgates chegaram a R$ 3,302 bilhões, sendo R$ 3,109 bilhões em recompras e R$ 192,5 milhões em vencimentos.
Preferência por títulos atrelados à inflação e Selic
Os títulos indexados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram os mais procurados, representando 43,4% das vendas. A expectativa de alta da inflação oficial nos próximos meses tem impulsionado a demanda por esse tipo de papel.
Já os títulos corrigidos pela Selic – taxa básica de juros atualmente em 12,25% ao ano, com previsão de alta para 14,25% até março de 2025 – tiveram participação de 40,4%. Os papéis prefixados, com taxa definida no momento da aquisição, responderam por 16,2% das vendas.
Crescimento no estoque e número de investidores
O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 150,8 bilhões no fim de novembro, um aumento de 2,5% em relação ao mês anterior e de 19,5% na comparação com novembro de 2023.
No mês, 317.934 novos participantes se cadastraram no programa, elevando o número total de investidores para 30,55 milhões, um crescimento de 14,8% em 12 meses. O número de investidores ativos, ou seja, aqueles com operações em aberto, chegou a 2,776 milhões, um aumento de 13,6% no mesmo período.
Pequenos investidores ganham destaque
A maior parte das operações realizadas em novembro – 81,5% – foi de valores de até R$ 5 mil, com destaque para aplicações de até R$ 1 mil, que representaram 58,4% do total. O valor médio por operação foi de R$ 6.859,84.
Além disso, os investidores têm preferido papéis de curto prazo: 73,3% das vendas foram de títulos com prazo de até cinco anos, enquanto 21,8% das vendas foram de papéis com vencimento superior a dez anos.
Tesouro Direto: acessibilidade e segurança
Criado em 2002, o Tesouro Direto permite que pessoas físicas invistam em títulos públicos diretamente pela internet, sem a necessidade de intermediários financeiros. Com uma taxa semestral paga à B3, o programa tem se consolidado como uma opção atrativa, especialmente para pequenos investidores.
Mais informações sobre o balanço completo estão disponíveis no site do Tesouro Nacional.