Forças de segurança cumprem mandados; morte de homem provoca questionamentos sobre conduta policial
Policiais militares realizaram, nesta terça-feira (17), uma operação na comunidade da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, com o objetivo de cumprir 34 mandados de prisão e nove de busca e apreensão. A ação, conduzida em parceria com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), mobilizou mais de 400 agentes, incluindo integrantes do Bope, do Batalhão de Ação com Cães e do Grupamento Aeromóvel.
Entre os alvos estão criminosos foragidos de estados como Ceará e Goiás, segundo informações do MPRJ. Durante a operação, no entanto, a morte de Vitor dos Santos Lima gerou questionamentos sobre a conduta dos policiais envolvidos.
Denúncia de execução
De acordo com o advogado Alberico Montenegro, que representava Vitor em um processo de associação ao tráfico iniciado em 2017, seu cliente foi morto sem oferecer resistência à abordagem policial.
“Ele não devia mais nada à Justiça. Pagou o que tinha que pagar. Queria voltar a estudar e trabalhar. Estava tirando a identidade e com carta de emprego. Sua vida foi ceifada por policiais num ato covarde”, declarou Montenegro, que enviou à imprensa vídeos gravados durante a operação. Nas imagens, alguns policiais aparentemente não estavam utilizando câmeras corporais.
Montenegro ressaltou que Vitor estava empenhado em recomeçar sua vida e repudiou a abordagem que levou à sua morte.
Respostas pendentes
Procurada pela reportagem, a porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Claudia Moraes, afirmou que ainda não dispõe de informações sobre as denúncias envolvendo a morte de Vitor e o uso de câmeras corporais pelos agentes durante a operação.
A utilização de câmeras tem sido apontada como uma medida importante para aumentar a transparência em ações policiais no estado. No entanto, denúncias de sua ausência em operações complexas como a de hoje reacendem o debate sobre o monitoramento das condutas policiais.
Contexto da operação
A operação na Rocinha ocorre em meio a esforços para combater organizações criminosas em comunidades do Rio de Janeiro. As forças de segurança afirmaram que a presença de foragidos de outros estados reforça a necessidade de ações integradas e coordenadas.
A Polícia Militar e o MPRJ ainda não divulgaram um balanço final da operação, incluindo o número de prisões realizadas.