Ministério da Saúde reforça combate à dengue no Dia D

Brasília, 03/07/2023 A ministra da Saúde, Nísia Trindade, acompanhada do secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, do presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto e da diretora do Departamento de Saúde Mental, Sônia Barros, durante coletiva sobre ações para a expansão da assistência à saúde mental no SUS. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

 

Esforços para prevenção buscam conter aumento de casos no próximo verão, com foco em ações comunitárias e municipais

 

 

 

O Ministério da Saúde promoveu, neste sábado (14), o Dia D contra a Dengue, com uma mobilização no bairro do Caju, no Rio de Janeiro. A ministra Nísia Trindade destacou a importância da prevenção coletiva para reduzir os casos da doença no próximo verão, especialmente em um cenário de altas temperaturas e chuvas intensas que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

“Setenta e cinco por cento dos focos estão nas nossas casas ou nos arredores. Cada um de nós tem responsabilidades”, afirmou a ministra, destacando o papel das comunidades na conscientização e na eliminação de criadouros do mosquito.

Prevenção é essencial para evitar novos surtos

A dengue é causada por um vírus transmitido pelo Aedes aegypti, que se reproduz em locais com água parada. A campanha orienta a população a adotar medidas simples, como tampar caixas d’água, limpar calhas e fechar bem sacos de lixo.

A ministra alertou que, embora não haja como prever a intensidade exata da incidência da doença, os esforços realizados agora podem minimizar os casos. “Provavelmente teremos muitos casos de dengue [no verão], mas quanto mais fizermos agora, mais reduziremos o impacto”, explicou.

As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste estão entre as que devem enfrentar maior risco devido à baixa exposição prévia a alguns sorotipos do vírus. A mobilização também inclui a prevenção de outras doenças transmitidas pelo mesmo mosquito, como zika e chikungunya.

Desafios e apoio municipal

Com a transição de poder nas prefeituras após as eleições de 2024, Nísia enfatizou a continuidade das medidas de prevenção por parte das administrações municipais. “As prefeituras devem priorizar ações como a limpeza urbana e evitar o acúmulo de água, porque muito depende de nós”, ressaltou.

A ministra também destacou o impacto das mudanças climáticas, que têm ampliado a ocorrência de dengue para regiões antes livres da doença, como o Sul do Brasil.

Sintomas e cuidados essenciais

Os principais sintomas da dengue incluem febre alta, dor de cabeça, dores musculares e articulares, e dor atrás dos olhos. Nos casos graves, podem surgir vômitos, dor abdominal e sangramentos, que exigem atendimento médico imediato.

“A dengue é uma doença que não deveria matar. Com hidratação e cuidado adequado, podemos evitar o pior”, afirmou a ministra, reforçando a importância de buscar ajuda médica desde os primeiros sinais e evitar a automedicação, especialmente com remédios que favorecem hemorragias.

Situação atual e grupos mais vulneráveis

Em 2024, estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná registraram os maiores números de casos graves e mortes. A faixa etária mais afetada é a dos 20 aos 29 anos, com 55% das notificações entre mulheres. No entanto, idosos, bebês, grávidas e pessoas com condições de saúde preexistentes correm maior risco de complicações.

O Dia D contra a Dengue reforça a necessidade de engajamento coletivo para reduzir os impactos da doença e proteger as populações mais vulneráveis, especialmente em um contexto de alta incidência global impulsionada pelas mudanças climáticas.