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Copom decide sobre nova alta da Selic em meio à pressão do dólar e da inflação

© Marcello Casal JrAgência Brasil

 

Última reunião sob comando de Roberto Campos Neto define os rumos da política monetária no Brasil

 

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decide nesta quarta-feira (11) o próximo reajuste na taxa Selic, em meio a pressões da alta do dólar e do preço dos alimentos. A reunião marca o fim da gestão de Roberto Campos Neto na presidência do BC, que será assumida em janeiro por Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária.

Alta esperada e cenário econômico

De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal realizada pelo BC com analistas de mercado, a expectativa é de que a Selic seja elevada em 0,75 ponto percentual, alcançando 12% ao ano. Essa será a terceira alta consecutiva da taxa, reforçando uma política monetária contracionista para conter a inflação, que acumula alta de 4,87% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE.

O Copom já havia sinalizado, na ata de sua última reunião, que o cenário exige continuidade no aumento da Selic devido às incertezas domésticas e internacionais. Entre os fatores externos, destacou-se a conjuntura econômica dos Estados Unidos, que envolve dúvidas sobre a política de juros do Federal Reserve e o ritmo de desaceleração econômica.

Inflação acima da meta

O boletim Focus também apontou uma elevação nas projeções de inflação para 2024, de 4,71% para 4,84% em quatro semanas. Esse número supera o teto da meta de 3%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que admite variação de até 1,5 ponto percentual (ou seja, até 4,5%).

Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,39%, impulsionado pela queda nos combustíveis e pela bandeira verde na conta de luz. Contudo, alimentos, passagens aéreas e serviços continuam a pressionar o indicador.

Impactos da Selic

A Selic, taxa básica de juros, é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Ela influencia todas as outras taxas de juros na economia, afetando o custo do crédito e o consumo. Taxas mais altas encarecem empréstimos, estimulam a poupança e reduzem a demanda, contribuindo para frear a inflação. Por outro lado, também podem dificultar a expansão econômica.

Desde agosto de 2021, a Selic passou por um longo período de estabilidade em 13,75% ao ano, seguido de cortes graduais até atingir 10,5% no início de 2023. Em julho, o Copom reverteu a trajetória de queda, iniciando uma nova rodada de altas.

Perspectivas futuras

Com a expectativa de nova alta, o mercado aguarda o comunicado que será emitido pelo Copom ao fim do dia para compreender os próximos passos da política monetária. A transição para a gestão de Gabriel Galípolo e as incertezas no cenário externo e doméstico devem moldar o debate sobre os rumos da economia brasileira em 2024.

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