1 em cada 5 adultos no mundo vive com herpes genital, aponta OMS

Divulgação: Redes Sociais

 

Estudo destaca necessidade de novas vacinas e tratamentos para controlar a doença

 

 

Cerca de 846 milhões de pessoas entre 15 e 49 anos, o equivalente a um em cada cinco adultos nessa faixa etária, convivem com infecções por herpes genital em todo o mundo. O dado é de um estudo divulgado na terça-feira (10) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que também aponta que, a cada segundo, uma nova pessoa é infectada pela doença — totalizando 42 milhões de novos casos anuais.

O herpes genital é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pelo vírus do herpes simples, que provoca recorrentes bolhas pequenas e dolorosas nos órgãos genitais. Em sua forma mais comum, é causado pelo tipo 2 do vírus (HSV-2), responsável por cerca de 90% dos episódios sintomáticos e associado a um risco três vezes maior de contrair o HIV.

Desafios e impactos à saúde pública

“Embora a maioria das pessoas com infecção por herpes genital experimente poucos sintomas, o vírus ainda causa dor, angústia e sobrecarrega os sistemas de saúde globalmente”, afirmou Meg Doherty, diretora dos Programas Globais de HIV, Hepatite e Infecções Sexualmente Transmissíveis da OMS.

O estudo, publicado na revista Sexually Transmitted Infections, reforça a urgência de novas vacinas e tratamentos. Além de controlar a disseminação do vírus, essas medidas podem contribuir para reduzir a transmissão do HIV, destaca a OMS.

O relatório também revelou que, em 2020, 520 milhões de pessoas viviam com infecção pelo HSV-2. Já o HSV-1, mais comum em infecções orais, vem ganhando relevância em casos genitais, com 376 milhões de pessoas infectadas nesse mesmo ano.

Mudanças nos padrões de transmissão

Nos últimos anos, vários países observaram uma redução nas infecções orais infantis pelo HSV-1, possivelmente devido a melhores condições de higiene e menos ambientes lotados. Como resultado, a suscetibilidade ao vírus em idades mais avançadas tem aumentado, ampliando os casos de infecção genital por esse tipo de herpes.

“O estigma em torno do herpes genital significa que ele foi discutido muito pouco, apesar de afetar milhões de pessoas no mundo”, afirmou Sami Gottlieb, médico da OMS e autor do estudo. Ele destacou a necessidade de expandir a pesquisa e o investimento em vacinas e terapias para melhorar a qualidade de vida dos infectados.

Recomendações da OMS

Para reduzir a transmissão do herpes genital, a OMS recomenda o uso correto e consistente de preservativos. Pessoas com sintomas ativos devem evitar o contato sexual, pois o vírus é mais contagioso quando há feridas visíveis.

Além disso, é recomendado que indivíduos com sintomas de herpes genital realizem testes para HIV, considerando a associação entre as duas infecções. Nos casos indicados, a profilaxia pré-exposição (PrEP) também pode ser uma medida preventiva eficaz contra o HIV.

O estudo lança luz sobre a dimensão global do problema, reforçando a necessidade de ações concretas para enfrentar o impacto dessa infecção silenciosa e altamente estigmatizada.