Presidente do PT destaca boa vontade de Arthur Lira, mas alerta para desafios no calendário legislativo
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), manifestou dúvidas quanto à aprovação do pacote fiscal no Congresso ainda em 2024. Durante entrevista a jornalistas neste sábado (7), Gleisi destacou o calendário apertado como principal obstáculo, embora tenha reconhecido o empenho do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
“Não sei se a gente consegue [aprovar em 2024] porque o calendário é curto, mas tem uma boa vontade do presidente Arthur Lira. A urgência demonstrou isso. Acho que é possível”, afirmou Gleisi.
Avanços e próximos passos
Na última quarta-feira (4), a Câmara aprovou requerimentos de urgência para os projetos do pacote de corte de gastos, acelerando sua tramitação. No entanto, com o recesso parlamentar programado para começar em 23 de dezembro, o tempo para debates e votações é limitado.
Arthur Lira ainda não definiu os relatores responsáveis pelos pareceres sobre as propostas. Nomes ligados a partidos do Centrão estão sendo considerados, mas nenhuma escolha foi oficializada até o momento.
O PT planeja iniciar, já nesta semana, debates internos sobre o pacote fiscal com suas bancadas no Congresso, buscando alinhamento quanto às medidas propostas.
Preocupação com impactos sociais
Um dos pontos de atenção, segundo Gleisi Hoffmann, é a possibilidade de mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a pessoas com deficiência e idosos de baixa renda. A deputada ressaltou a necessidade de evitar cortes que prejudiquem direitos adquiridos.
“Que sejam medidas para corrigir fraudes e desvios, mas não com retiradas de direitos”, enfatizou a líder petista.
Cenário em análise
Com o pacote fiscal sendo uma prioridade do governo para 2024, os desafios legislativos, aliados às preocupações sociais, tornam o debate ainda mais sensível. A boa vontade demonstrada por Lira pode facilitar o andamento, mas o tempo escasso será um teste para a articulação entre os poderes e os partidos.
