
Vice-presidente destaca potencial de crescimento econômico e integração global após mais de 20 anos de negociações
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, classificou como “histórico e estratégico” o anúncio do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia nesta sexta-feira (6). Após 33 anos de criação do Mercosul e mais de duas décadas de negociações, o entendimento foi finalmente oficializado.
“É o maior acordo entre blocos de todo o mundo, abrangendo mais de 700 milhões de pessoas”, destacou Alckmin, ressaltando a importância do pacto em um cenário global polarizado. “Isso é prova de diálogo, de boa política.”
Trâmites e próximos passos
Embora o anúncio seja um marco, o acordo ainda não terá efeito imediato. Entre as etapas pendentes estão a tradução do texto para 24 idiomas, sua aprovação pelo Conselho Europeu e pelo Parlamento Europeu, além da ratificação pelos países do Mercosul: Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai.
“Os termos já estão definidos. Não há mais espaço para alterações. Após a internalização, o acordo passa a valer de imediato para os países que o ratificarem”, explicou o vice-presidente. Alckmin também mencionou que a Bolívia, caso deseje, poderá integrar o tratado futuramente.
Benefícios econômicos e projeções
Alckmin enfatizou as oportunidades econômicas que o acordo oferece. Ele destacou o potencial para ampliar o PIB brasileiro, aumentar exportações e gerar empregos, ao mesmo tempo em que contribui para a redução da inflação.
Estudos indicam que as exportações brasileiras para a União Europeia podem crescer 6,7%, enquanto o setor de serviços pode avançar 14,8% e a indústria de transformação, 26,6%. “Estamos falando de 27 países da União Europeia, alguns dos mais ricos do mundo. Isso cria um ambiente favorável para negócios, renda e crescimento econômico”, afirmou.
Resistências e otimismo
Sobre resistências de países como a França, que demonstraram preocupações com o impacto do acordo em seus setores agrícolas, Alckmin demonstrou otimismo. “Um acordo é um processo de ganha-ganha. Sempre haverá concessões e benefícios. No caso do Brasil, tivemos apoio dos setores agrícola, industrial e de serviços.”
Significado geopolítico
Para o vice-presidente, o acordo transcende os benefícios econômicos, representando um avanço significativo na geopolítica global. “Em um momento de tensões e fragmentação, a união de dois grandes blocos, que abrem mercados e celebram um tratado, é positiva não apenas para os envolvidos, mas para o mundo como um todo.”