Espírito Santo lidera aumento de casos de arboviroses no Brasil

© Marcelo Camargo/Agência Brasi

 

O Espírito Santo tem registrado um aumento alarmante de casos de arboviroses nas últimas semanas, concentrando a maior parte das ocorrências no país. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (2) pelo Ministério da Saúde, que emitiu uma nota destacando as “preocupações” geradas pela rápida disseminação das doenças.

De acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses, em 2024, o Espírito Santo já contabilizou 152,8 mil casos prováveis de dengue, com 40 mortes confirmadas e outras sete em investigação. O coeficiente de incidência da doença no estado é de quase 4 mil casos para cada 100 mil habitantes.

O panorama é ainda mais preocupante quando se observa o impacto em outras arboviroses. O estado responde por 1.763 dos 9,6 mil casos de febre do Oropouche registrados no Brasil em 2024. Em relação à chikungunya, dos 363,5 mil casos prováveis no país, 13.309 ocorreram no Espírito Santo. Já a zika teve 516 infecções identificadas entre os 6,4 mil casos prováveis no Brasil.

O Ministério da Saúde realizou recentemente uma reunião com gestores estaduais e especialistas em vigilância e assistência para discutir a situação epidemiológica e ações de prevenção. O encontro, promovido pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, visou alinhar estratégias de controle de arboviroses em todo o país.

“O Espírito Santo foi um dos principais focos da reunião, devido ao aumento expressivo de casos. O estado tem concentrado a maior parte das ocorrências, o que gerou preocupações sobre a disseminação rápida da doença e a necessidade de reforçar as medidas de controle de vetores”, destacou a pasta.

Outros estados e desafios

O ministério também destacou desafios enfrentados em outros estados. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, a sobrecarga dos sistemas de saúde durante as epidemias foi um ponto central. “A reunião sublinhou a importância de melhorar o planejamento de resposta, principalmente nas unidades de saúde com grande volume de casos”, informou a pasta. Em São Paulo, a alta demanda exigiu reorganização das equipes e o desenvolvimento de estratégias para evitar a saturação dos serviços.

Para Minas Gerais, a prioridade foi a ampliação da capacidade de diagnóstico e a criação de protocolos de manejo de arboviroses. “O estado tem investido em parcerias com universidades locais para fortalecer a vigilância, resultando em detecções precoces de chikungunya e outras doenças”, apontou o ministério. Esse modelo de colaboração foi destacado como uma boa prática, com potencial de adaptação para outros estados.

A reunião reforçou o compromisso com o fortalecimento da rede de vigilância, a melhoria da comunicação entre as esferas de saúde e a implementação de práticas baseadas em evidências científicas para o controle das doenças transmitidas por vetores.