Defesa de Braga Netto Mantém Lealdade a Bolsonaro

© Fernando Frazão/Agência Brasil

 

A defesa de Walter Souza Braga Netto, general da reserva do Exército e ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro, divulgou uma nota neste sábado (23) reafirmando a lealdade do militar ao ex-presidente. A nota foi assinada pelos advogados Luís Henrique César Prata, Gabriella Leonel Venâncio e Francisco Eslei de Lima, do escritório Prata Advocacia, e foi publicada em resposta ao indiciamento de Braga Netto pela Polícia Federal.

Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022, está entre os 37 indiciados pela PF na última quinta-feira (21), no âmbito de um inquérito que investiga “associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito e golpe de Estado”. De acordo com as investigações, uma das reuniões para discutir um suposto plano golpista teria ocorrido na residência de Braga Netto em novembro de 2022, com o objetivo de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, assassinar o presidente eleito e outros membros do governo.

Em sua nota, a defesa de Braga Netto refuta as acusações e afirma que “nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de assinar alguém”, destacando que a alegação de um “golpe dentro do golpe” é uma tese “fantasiosa e absurda” propagada por parte da imprensa. O general ainda questiona o interesse por trás dessas alegações, sugerindo que elas são descontextualizadas e fora do escopo do inquérito.

Além disso, a defesa ressalta que Braga Netto, ao longo de sua carreira, sempre prezou pela ética e pela busca de soluções legais e constitucionais, destacando seu compromisso com os valores que mantinha durante o governo Bolsonaro. “Foi um dos poucos, entre civis e militares, que manteve a lealdade ao presidente Bolsonaro até o final do governo, em dezembro de 2022, e a mantém até os dias atuais”, afirma a nota.

O documento também critica a falta de acesso ao relatório entregue pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente no que diz respeito ao indiciamento de Braga Netto. A defesa questiona o vazamento de informações da investigação, alegando que isso prejudica a ampla defesa e o devido processo legal.

Por fim, os advogados de Braga Netto afirmam que a observância dos ritos legais esclarecerá a verdade dos fatos e as responsabilidades de cada um dos envolvidos nos inquéritos, e que, até o momento, não foi disponibilizado oficialmente o conteúdo do relatório para as defesas.