Brasil recebe certificado de país livre da elefantíase pela OMS

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Certificação destaca o Brasil como líder na eliminação de doenças tropicais e reflete compromisso com a saúde pública e combate à pobreza

 

 

O Brasil recebeu, na segunda-feira (11), o certificado de país livre da filariose linfática, conhecida como elefantíase, da Organização Mundial da Saúde (OMS). O documento foi entregue ao governo brasileiro em cerimônia na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Brasília.

A elefantíase, uma das principais causas de incapacidade a longo prazo, permanecia endêmica no Brasil apenas na região metropolitana de Recife. O último caso registrado no país foi em 2017. A doença é causada pelo parasita Wuchereria bancrofti, transmitido pela picada do mosquito Culex, e pode gerar inchaço e deformidade em membros e outras partes do corpo, causando sofrimento e reduzindo a qualidade de vida dos afetados.

“Eliminar uma doença é um esforço enorme, especialmente considerando o ciclo vicioso entre algumas doenças e a pobreza,” afirmou Jarbas Barbosa, diretor da Opas, durante o evento. Para ele, eliminar doenças que poderiam ser erradicadas deve ser uma prioridade estratégica. “Não se trata apenas de saúde pública, mas de um imperativo ético e moral,” reforçou.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que a filariose linfática é tanto um reflexo quanto uma causa de desigualdade social. “Este certificado é dedicado às pessoas afetadas pela filariose linfática, representando o compromisso de enfrentar as chamadas ‘doenças da pobreza’, que são, na verdade, doenças da omissão,” declarou Nísia.

Além do Brasil, outros 19 países e territórios já receberam o certificado de eliminação da filariose linfática. No entanto, nas Américas, Haiti, República Dominicana e Guiana ainda permanecem endêmicos, sendo necessárias ações de administração em massa de medicamentos para conter a transmissão. Em 2023, a OMS estima que cerca de 657 milhões de pessoas em 39 países ainda vivem em áreas onde a doença é ativa, e o objetivo da entidade é eliminar ao menos 20 doenças tropicais negligenciadas até 2030.

A certificação do Brasil destaca o país como referência regional na luta contra doenças tropicais, posicionando-o na linha de frente de um compromisso internacional em saúde pública e combate à pobreza.