Mover objetos com a mente? Possibilidades ficcionais na vida real

Foto de Milad Fakurian na Unsplash

 

Brincadeira Mindflex e avanço tecnológico da Neuralink mostram como o pensamento humano pode controlar objetos

 

 

A ideia de mover objetos com a força do pensamento parece saída de um filme de ficção científica, mas, segundo especialistas, é uma realidade cada vez mais acessível. Um exemplo disso é o jogo Mindflex, da Mattel, que permite aos jogadores movimentar uma bolinha por uma plataforma de obstáculos usando apenas o foco mental. Para iniciar, o jogador utiliza uma bandagem na testa, e à medida que se concentra, consegue fazer a bolinha se elevar e vencer os obstáculos do percurso.

De acordo com a neurocientista Emily Pires, o funcionamento do jogo tem embasamento científico. “O segredo do Mindflex está na bandagem, que capta ondas cerebrais — mais especificamente a onda beta, associada ao foco e ao planejamento, gerada no córtex pré-frontal. Essas ondas, captadas como sinais elétricos, são enviadas ao circuito eletrônico do jogo que, ao medir o nível de atenção, controla o movimento da bolinha,” explica Pires. Em caso de distração do jogador, a bolinha cessa seu movimento, e o aparelho é desligado.

O avanço das tecnologias de controle mental não se limita a brinquedos. Em fevereiro deste ano, a Neuralink, empresa de neurotecnologia fundada por Elon Musk, revelou que um paciente humano foi capaz de controlar um mouse de computador com seus pensamentos, por meio de um chip cerebral implantado. A empresa, que obteve permissão para testes em humanos em setembro do ano anterior, já realiza implantes para ajudar pacientes com dificuldades de movimentação.

Segundo o professor Faria Pires, diretor técnico da BrainEstar, o Mindflex e técnicas de neurofeedback são recursos eficazes para aprimorar foco e controle emocional. “O neurofeedback permite que as pessoas observem em tempo real a atividade elétrica de seus cérebros, possibilitando o controle de suas emoções e concentração. Através de treinamentos, os participantes aprendem a autorregular a atividade cerebral, promovendo um estado de calma e foco,” destaca Faria.

Com isso, tecnologias como o Mindflex e o neurofeedback tornam-se recomendadas para quem busca melhorar a performance mental e alcançar uma vida mais equilibrada.